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Madeira

Ricardo Franco chega-se à frente para “refundar” o PS-Madeira

O ainda presidente da Câmara Municipal de Machico critica as opções de Cafôfo e espera contar com todos os que estão disponíveis "para servir, genuinamente, o interesse colectivo do partido"

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Foi na companhia de outros quatro militantes socialistas que Ricardo Franco apresentou, esta tarde, a sua candidatura a líder do PS-Madeira. Mas o ainda presidente da Câmara Municipal de Machico garante ter uma base de apoiantes que vai muito além de Maximiano Martins, de Thomas Dellinger, de Nuno Moreira e de Pedro Calaça Vieira.

Só assim, assegura, e perante “o estado de crise em que o PS-Madeira está mergulhado”, resolveu avançar e tornar pública esta sua entrada na corrida pela liderança da estrutura regional socialista. "Fui, naturalmente, sensibilizado por muitas pessoas do Partido Socialista, de várias latitudes, de vários concelhos", assegurou aos jornalistas, esta tarde, na sede socialista. 

Propondo-se a unir o partido, Ricardo Franco garante que esta candidatura “não é contra ninguém”, antes é “a favor do PS”, disponibilizando-se para acompanhar “todos aqueles que se queiram juntar” para reerguer o partido.

É uma candidatura que revela o todo em detrimento de atitudes egocêntricas, chantagens ou manipulações que têm custado prejuízos elevados para a imagem desta instituição política e não premiará nem tolerará qualquer tipo de caciquismos execráveis e arruaceiros. Ricardo Franco, candidato à liderança do PS-Madeira

O candidato não tem dúvidas de que esta é uma “difícil tarefa”, mas diz-se empenhado em levar por diante a mobilização dos socialistas madeirenses, estando preparado para discutir o futuro do partido com outras candidaturas que possam surgir. Salientou, mesmo, “são bem-vindos todos e todas as camaradas e candidaturas que queiram contribuir para a valorização e elevação do debate em torno do futuro do PS-Madeira”.

Do seu discurso, fizeram parte palavras como “refundar”, “reorganizar”, “reconstruir” ou “unir” ideias-chave para a missão a que se propõe e para voltar a dar “expressão” ao PS-Madeira. Para tal quer "congregar, ouvir e chamar para o debate todos aqueles que se queiram juntar em torno daquele que deve ser o maior objectivo de todos: defender o futuro e a autonomia do Partido Socialista - Madeira". Mas, para isso, "o PS tem de ser diferente do que tem sido. O PS só terá futuro quando se unir e banir, de uma vez por todas, a cultura do ódio e do divisionismo interno, que só beneficia alguns e alegra os nossos adversários políticos", sustentou. 

Entre as suas primeiras medidas estão os Novos Estados Gerais do PS, uma forma de poder reunir novos contributos em áreas fundamentais como a habitação e juventude, a igualdade e combate à violência doméstica, o turismo, ambiente e sustentabilidade ou mesmo a protecção da natureza da Madeira. A revitalização da JS será outra prioridade.

Ricardo Franco não se escusou a falar sobre os resultados do PS-Madeira nestas Eleições Autárquicas. Criticando a “teimosia” de Paulo Cafôfo em manter-se na liderança do partido após derrotas consecutivas, que “afundou” as expectativas socialistas, falou em “resultado catastrófico”, que coloca em causa a “sobrevivência” da estrutura regional socialista. "Nos últimos anos, o PS-Madeira, sob a liderança de Paulo Cafôfo, afundou as suas expectativas eleitorais, sucessivamente, com derrotas atrás de derrotas, atingindo uma situação insustentável que, a continuar este ritmo, colocaria em causa a própria sobrevivência do PS-Madeira", justificou.

Não fica bem alguém que tem a responsabilidade como o Avelino Conceição, que é deputado na Assembleia Regional, que é vice-presidente do Partido Socialista, se dirigir a um militante como eu, que tive as responsabilidades que tive, que defendi o PS como defendi, no exercício de várias funções, maltrate e atinja na honra a minha pessoa como ele tem feito. Eu não vou tratá-lo da mesma forma porque não sou igual a ele.  Ricardo Franco, candidato à liderança do PS-Madeira

Sobre as críticas já feitas por Avelino Conceição, desvaloriza-as, não deixando, contudo, de notar que "não é novidade nenhuma vindo de quem vem". E não se acobarda perante a possibilidade de o ter como adversário: "todos os candidatos são bem-vindos quando é para debater de forma leal e na defesa dos interesses do Partido Socialista. Mas, as coisas “mudam de figura” quando “a linguagem é num tom arrogante e de ódio”, algo que diz ser uma prática no seu colega do partido, a quem pede mais contenção e respeito pelos cargos que ocupa, referindo-se ao de deputado no parlamento madeirense e de vice-presidente do PS-Madeira.

De caminho, não 'veste a pele' de testa de ferro de Carlos Pereira e rejeita qualquer "atestado de incompetência", argumentando com a sua dedicação à causa socialista e os resultados obtidos nos confrontos eleitorais em que se apresentou. "Desde que estou na política, sempre fui sensibilizado, sempre fui convidado a ser candidato a determinados órgãos", esclareceu, para assegurar que vai sempre defender o PS-Madeira.