JPP denuncia "aumento brutal" do preço da água para rega
Partido expõe acréscimo de " 151%" da tarifa
O Juntos Pelo Povo denunciou esta quarta-feira, 29 de Janeiro, o "aumento brutal" do preço da água para o regadio de terrenos agrícolas em 2025.
Em nota emitida, o partido aponta que "os agricultores vão ter este ano um aumento de 151% no preço da água para regadio de terrenos agrícolas. Um agravamento que surge acompanhado de um outro, no valor de 12%, para a água de consumo doméstico, e que em Dezembro passado gerou acesa contestação de alguns autarcas".
O Governo Regional, através da Resolução n.º 87/2025 de 22 de Janeiro, alterou o tarifário da empresa pública Águas e Resíduos da Madeira (ARM) para 2025. Os aumentos previstos para a água potável, na ordem dos 12% sofreram a contestação da maioria das autarquias da Região que se queixaram de um tarifário que excedia em muito os valores da inflação registada na Região, que se situa nos 3,3% (Dezembro de 2024). Ou seja, o aumento é quase quatro vezes o valor da inflação. JPP
O partido refere que, no caso da água para rega "com um aumento de 151%", "se em 2024, o tarifário da ARM tinha um preço de 16,78 euros anuais por cada hora de contrato, em 2025 esse valor sobe para os 42,13 euros".
Para o secretário-geral do Juntos Pelo Povo (JPP) trata-se de “um aumento brutal para quem precisa deste bem precioso para a atividade agrícola, uma decisão que irá afetar os baixos rendimentos dos agricultores e, por outro lado, carregar ainda mais no brutal custo dos bens essenciais que as famílias têm vindo a suportar diariamente”.
Com a nova tabela, aponta o JPP, "um agricultor que tenha 50 horas anuais de água para regadio (2 horas de 15 em 15 dias), pagou 839 euros em 2024. A mesma quantidade de água em 2025 irá custar-lhe 2 106,50 euros, ou seja, vai pagar mais 1 267,50 euros".
“Não há conjuntura que justifique semelhante aumento, é uma forma de sacar dinheiro a quem já tem muito pouco, é uma profunda injustiça”, insurge-se Élvio Sousa
O líder do JPP pega na tabela aplicada aos agricultores e compara-a com a água fornecida aos campos de golfe, "cujo aumento é na ordem dos 31,8%".
“Não há qualquer sentido de justiça nesta decisão, não se compreende a falta de critério”, diz Élvio Sousa.
“Para uma actividade turística lucrativa, aplicam uma tarifa 120% mais baixa do que a exigida a uma atividade de baixos rendimentos, mas fundamental para termos produtos à mesa e cuidar da nossa paisagem. São estas as prioridades governativas de Miguel Albuquerque e Rafaela Fernandes", remata.