"Quanto mais isolados, mais esquecidos", atira JPP
O Juntos Pelo Povo (JPP) manifesta o seu mais "profundo repúdio" face à ameaça de nova alteração ao Subsídio Social de Mobilidade (SSM) aérea, excluindo os residentes do Porto Santo do direito ao reembolso nas viagens realizadas entre aquela ilha e a da Madeira.
O deputado do JPP, residente no Porto Santo, Carlos Silva, lembra que "quanto mais isolados, mais esquecidos" e lamenta "o desdém" com que "muitas vezes" a população do Porto Santo é tratada, quer pelo Governo Regional quer pelo Governo da República.
Depois da tradicional ausência do Lobo Marinho em Janeiro, depois da alteração unilateral dos horários da Binter, o anúncio de que a ANAC considera ilegíveis os custos da ligação aérea Porto Santo-Funchal, a não ser que seja bilhete corrido, é uma grave limitação ao princípio da continuidade territorial, uma subversão a qualquer movimento de livre mobilidade Carlos Silva, deputado da JPP
Governo Regional contesta entendimento da ANAC que prejudica os passageiros do Porto Santo
ANAC entende que os bilhetes de transporte aéreo entre Porto Santo e Madeira deixam de ser elegíveis para o Subsídio Social de Mobilidade
O parlamentar estranha que nos últimos meses se tenha a assistido "a tantas mexidas, alterações, anúncios, com os madeirenses e os porto-santenses a saberem de todas estas informações pela comunicação social", o que lhe sugere uma questão: "O que anda o secretário regional de Economia, Turismo e Cultura a fazer para ser constantemente ultrapassado e só aparecer depois, a correr atrás do prejuízo, tornando-se difícil de acreditar em qualquer coisa que diga. Alguém anda a dormir".
Carlos Silva frisa que o SSM está num bloqueio e julga que a situação se deve a "uma notória falta de peso e influência do Governo Regional junto do executivo central, que até é da mesma cor política".
O deputado diz que "não há peso político para defender aquilo que os madeirenses e porto-santenses "mais desejam e têm esse direito", que é pagar apenas 86 e 65 euros e não continuarem “a adiantar do seu dinheiro às companhias aéreas e ao Estado".
"Esta é mais uma promessa feita e não cumprida", declara. "Há uma semana tivemos todos os deputados da Madeira à Assembleia da República (do PSD, PS e Chega) completamente ausentes do debate que mantém os imigrantes residentes nos Açores com acesso ao SSM, bem como alarga para os 26 anos a idade dos estudantes açorianos com direito a reembolso, graças ao desempenho exemplar do Governo açoriano que fez o seu trabalho de casa e propôs a Assembleia da República a alteração desta duas discriminações, ficando a Madeira de fora de qualquer uma delas".
"Agora vêm com mais esta tentativa de discriminação atentatória da dignidade dos residentes no Porto Santo, tratando-os como se não vivessem no mesmo território português", critica Carlos Silva. "Os Porto-santenses, recorde-se, já são penalizados, porque o teto de 400 euros é o mesmo para um residente na Ilha Dourada ou um madeirense. A exigência de bilhete corrido vai reduzir as opções de horários e de preços apenas à TAP e à SATA, limitando a circulação dos cidadãos portugueses porto-santenses".