Eleições descredibilizadas

É claro que as eleições ainda estão longe de se realizarem, longe estamos da habitual fanfarra da campanha eleitoral, mas noutros tempos – não muito longínquos - assim que se anunciava a data das eleições já por toda a parte era um falatório, uns dizendo bem, outros mal, mas a verdade é que se falavam delas.

Os tempos mudaram, as pessoas nitidamente estão saturadas e hoje, o “santo sacrifício” das eleições é, digamos, encarado pela maioria das pessoas como quase mais um mal - uma praga - que recai sobre os cidadãos.

E com razão, valha a verdade. Elas de ato cívico já nada têm e cada vez representam para um punhado de cidadãos mais uma candidatura a um emprego – chorudo, diga-se de passagem – do que uma missão de servir a Nação e o seu povo.

Muita gente não diz, mas pensa que, em lugar de eleições que acarretam despesas incalculáveis, maçadas e transtornos na vida das pessoas, o melhor e talvez mais indicado eram estas candidaturas a Presidentes da República, Primeiros-Ministros, Deputados, Autarcas e afins, serem feitos através dos SERVICOS NACIONAIS E REGIONAIS DE EMPREGO.

Talvez fosse mais lógico, mais racional, muito mais económico e, provavelmente,

deixaria de existir, tanta incompetência e, sobretudo, tanto oportunismo, maledicência e, o mais grave, tanta desonestidade.

Por exemplo, quando o Presidente da República, estivesse em final de mandato, com algum tempo de antecedência, abria-se concurso para a Presidência da República. Apresentava-se os requisitos necessários aos candidatos, não só em termos de habilitações, como fazendo testes de caráter e dignidade, modos de comportamento e exames prévios às suas capacidades mentais, currículo sobre os seus antecedentes em variadas matérias e depois então indicava-se o salário, as mordomias, tudo o que o eleito tinha direito e, - algo muito importante e indispensável – o PRAZO pelo qual era contratado.

Ninguém se eternizava no PODER. E toda esta prática era válida para primeiros-ministros, ministros, secretários, deputados, autarcas e toda aquela exuberante “confraria” que faz movimentar umas vezes bem, outras mal, o País.

Terminados os seus mandatos regressariam às suas origens profissionais, sem que primeiro fossem avaliados os seus contributos ao País e caso houvesse algo de grave a apontar, por negligencia, má fé, abusos de PODER ou outras quaisquer questões seriam responsáveis e punidos de acordo com a LEI.

Evidentemente que, este “sonho ou alucinação “de parte do povo não é fácil pôr em pratica, mas não é impossível, já que Deus, Nosso Senhor – e temos que agradecer-lhe por isso – muniu este País de uma quantidade infinita de homens e mulheres – sobretudo na classe política - de uma inteligência bem acima da média dos seus congéneres por esse mundo fora.

Bom, mas uma coisa é certa. Algo tem de mudar neste País. Há dias recebemos um Email de alguém que nos dava conta dos valores salariais, mordomias, isenção de impostos e tantas outras coisas quase diria “obscenas” que determinados políticos dispõem relativamente ao triste cidadão comum que trabalha de manhã à noite.

Sinceramente, fez-me lembrar o seguinte: Se os “fascistas”, mesmo aqueles presumivelmente mais protegidos pelo salazarismo, soubessem que a democracia e o socialismo eram “isto” tinham dado cabo do Salazar uns 20 0u 30 anos antes da data que ele morreu!

Fechando, voltando às eleições, agora um pouco por todo o lado, são votos roubados, são votos mal contados, são votos de mortos validados, são governos que perdem as eleições, empossados, partidos na oposição, que querem ser eles a mandar no País e tudo o mais que só descredibilizam os atos eleitorais.

Não sabemos bem tudo isto onde vai parar, mas já vai dando para calcular.

Juvenal Pereira