Novamente eleições, por teimosia de Albuquerque
A Madeira vai a eleições novamente, por dissolução do parlamento regional pelo Presidente da República, devido a aprovação de moção de censura e também pelo chumbo do Orçamento Regional, em que todos os partidos da oposição votaram a favor da moção de censura contra o Orçamento Regional.
Todos os partidos de oposição também anunciaram que não queriam fazer parte da solução governamental, se Miguel Albuquerque fosse candidato a Presidente do Governo Regional. Isto significa que, caso o PPD tenha a maioria simples e se todos os partidos mantiverem a mesma posição, não haverá Governo Regional. Contudo Miguel Albuquerque continua teimoso e não abdica da sua posição: Quer continuar a ser o Presidente, no dia que não o for, terá que responder perante o tribunal pelo crimes de que é arguido, porque perde a imunidade por ser membro do Conselho de Estado.
Perante estes factos poderá acontecer várias coisas, nomeadamente haver dificuldade em formar governo pela oposição, caso não se entendam. Terá que haver uma maioria absoluta ou uma maioria simples se conseguirem passar o programa de governo e o Orçamento Regional. No meio disto tudo há algo que não percebemos. O Tribunal pediu à Assembleia Regional da Madeira para ser levantada a imunidade parlamentar aos Secretários do Governo considerados arguidos e ao Secretário Geral do PPD, também arguido e deputado Regional e porque não pede o Conselho de Estado que levante a imunidade ao Presidente do Conselho de Estado. Serão dois pesos e duas medidas, ou não pode?
Há um aspeto a considerar que é o facto dos militantes do PPD, apoiantes de Manuel António Correia, terem votado no JPP e não no seu partido, razão que levou este partido a ter uma grande subida, o que deu ao seu líder uma certa pujança e disse publicamente que se o acordo com o PS tivesse vingado, seria ele o Presidente do Governo e não o líder do PS, segundo partido mais votado. É preciso ter cuidado com este partido porque toma posições incorretas sobre algumas coisas, nomeadamente querendo acabar com a Gesba, quando esta deve alterar os seus estatutos para permitir a participação dos próprios agricultores produtores de banana, passando a Cooperativa ou uma empresa mista dos produtores e do Governo Regional. Acabar com a Gesba é muito perigoso, até porque têm uma organização a funcionar há muito tempo. Aliás, pelo que me apercebi, alguns agricultores o que pretendem é um lugar na administração da Gesba, também querem ter um ordenado. Além disso prometeu aumentar um euro no preço da banana, o que seria a falência total do sistema e os produtores de banana poderiam ficar a “apitar”, como diz o povo. Temos exemplos do passado em que gente sem preparação e demasiados ambiciosos deram cabo de várias organizações de produtores de banana. Em 1975 eu fui eleito Presidente da Cooperativa dos Produtores de Fruta e Produtos Hortícolas, conhecida, como Cooperativa da Banana, que estava totalmente dominada pelo exportadores e sei muito bem o que é que custou pô-la “no ar” outra vez sem quaisquer apoios do Governo Regional nem do Governo da República. Ao fim de quatro anos saí e tínhamos passado a exportar mais de 3.000 toneladas em vez das 800 que eram entregues aos exportadores e de boa saúde financeiras.
Mas voltando à política, temos eleições a 23 de Março e o povo madeirense tem oportunidade de fazer história, que já foi recusada pelo CDS, PAN e Chega num passado recente. Grande parte do povo, terá de mudar o seu voto, deixando de votar no PPD e permitir que os outros partidos se organizem e formem Governo. Olhem bem para as autarquias governadas pelo PS, Como o Porto Moniz, Machico e a Ponta do Sol, em que o povo passou ter ajudas para os filhos estudarem (bolsas), ajudas para aquisição de medicamentos e de livros escolares, situação que foi recusada pelo Miguel Albuquerque que continua a cobrar aos madeirenses mais 30% no IVA, no IRS e no Imposto sobre o combustíveis. O PPD esgotou as soluções para a Madeira, porque não, dar oportunidade a outra força política?