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Oposição venezuelana quer mais tempo para garantir candidato às presidenciais

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A Plataforma Unitária Democrática (PUD), que reúne os principais partidos opositores instou hoje o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) a prorrogar o período de recenseamento eleitoral de cara às eleições presidenciais venezuelanas de 28 de julho.

"Exigimos ao CNE que prorrogue por 15 dias o registo e atualização do registo eleitoral em virtude da elevada demanda de venezuelanos que, dentro e fora do país, não conseguiram completar o processo", anunciou a aliança opositora na sua conta do X, antigo Twitter.

Segundo a imprensa local, termina hoje o recenseamento e atualização dos dados dos eleitores para as presidenciais de 28 de julho, tendo o CNE ativado o processo durante um mês em 315 pontos distintos, tendo registado mais 428.000 eleitores e mais de 600.000 atualizações, de uma estimativa de mais de 3,5 milhões de pessoas.

Segundo a PUD o recenseamento eleitoral "é um direito do povo venezuelano que quer votar pela mudança".

Por outro lado, a aliança opositora informa que teve uma reunião, no dia de hoje, na qual decidiu declarar-se em reunião permanente até garantir que terá um candidato às presidenciais.

"A plataforma unida quer informar o país que, na reunião de hoje, ratificou a sua disposição unânime de construir uma rota eleitoral unitária que concretize o desejo de mudança do povo venezuelano", explica PUD na X.

Na mesma mensagem a oposição diz ter acordado declarar-se "em reunião permanente com o objetivo de aprofundar todos os passos necessários para garantir a todos os venezuelanos uma candidatura unida".

Também decidiu convidar, nas próximas horas, o chefe da delegação opositora nas negociações com o regime, Gerardo Blyde, "a diferentes sessões de trabalho no seio da plataforma", para as quais foram ainda convidados a líder opositora Maria Corina Machado, e o governador do estado de Zúlia, Manuel Rosales, de Un Nuevo Tiempo [Um Tempo Novo], partido pelo qual conseguiu formalizar o seu registo como candidato presidencial.

A oposição decidiu ainda pedir o apoio dos venezuelanos "nas nossas exigências e esforços para materializar a vitória eleitoral de 28 de julho".

Ainda na X, a PUD condenou o que diz ser "a detenção ilegal" do jornalista, líder social e ativista dos direitos humanos Carlos Julio Rojas. 

"Carlos Júlio Rojas foi ontem detido pelas forças de segurança do Estado e está a ser vilmente acusado de formar parte de um alegado homicídio. Exigimos a sua libertação imediata e o cesse da perseguição contra os líderes sociais e políticos que legitimamente se opõem legitimamente a este regime", explica.

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela admitiu 13 candidatos, todos homens, para as presidenciais de 28 de julho, incluindo o atual Presidente, Nicolás Maduro, que aspira um terceiro mandato de seis anos.

Manuel Rosales, do partido 'Un Nuevo Tiempo' registou-se depois de o Conselho Nacional Eleitoral ter rejeitado os nomes de María Corina Machado (eleita nas primárias como candidata da PUD) e de Corina Yoris, proposta por Machado.

Manuel Rosales, ex-candidato presidencial em 2006, contra o então chefe de Estado Hugo Chávez, disse que não está nem irá fazer campanha por estar fora da PUD e que, sem acordo, não será candidato.