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Explicador Madeira

Saiba se o preço pode ser combinado ou o taxímetro tem de ser sempre ligado

Muita tinta tem corrido depois de o presidente da Taxisram ser suspeito de ter cometido um crime de especulação durante um serviço de táxi. De acordo com a PSP, o motorista de táxi cobrou "um valor 4 vezes acima do tabelado”.

A detenção foi feita no porto do Funchal, no final de um serviço de transporte desde a baixa da cidade do Funchal, com paragem no Jardim Botânico, baía de Câmara de Lobos e retorno à cidade do Funchal, com uma duração total de 4 horas. No dia anterior, outro motorista de taxi foi igualmente detido pela PSP por suspeitas da prática do mesmo crime.

O Comando Regional da PSP Madeira chegou apelar aos operadores turísticos bem como aos hotéis para que efectuem uma ampla divulgação dos tarifários regulamentados para este tipo de serviço na Região, tendo em vista esclarecer os turistas sobre os preços praticados entre os diversos trajectos.

Ora. Fomos ver o que diz a Convenção de preços aos quais os 800 industriais de táxi estão obrigados a cumprir. É preciso ir ao fim do texto do documento para perceber que pode haver um acordo entre o taxista e o cliente. Nesse caso a “tarifa em função da duração do serviço, que só pode ser adoptada com o acordo do cliente, sendo aplicável em serviços por ocasião de casamentos, batizados, funerais, percursos antecipadamente acordados e outros eventos sociais e culturais”

Para efeitos de cobrança no serviço à hora, “o percurso começa a ser contado no local onde se encontra o veículo a ser alugado; se o utente der por terminado o serviço fora desse local, incluir-se-á no valor do percurso o serviço de retorno”. Neste tarifa do serviço à hora a viatura fica desde logo identificada pela letra P

Se assim for, o que manda a Convenção é que se o cliente pague 20 euros por hora se viajar num veículo de quatro passageiros, se for em veículos sem distintivo e cor padrão o valor passa para 24 horas.

Esta tarde, António Loreto, presidente da AITRAM, lamentava a “má imagem”, com repercussões no estrangeiro, que os taxistas da Madeira estão a ter por conta de notícias vindas a público através da “internet e da comunicação social”. “Isso é grave porque as pessoas acabam por não ter confiança nos taxistas e acham que isto é um salve-se quem puder”, classifica deixando críticas a colegas apanhados na malha da especulação.

“É preciso trabalhar com honestidade, idoneidade, o que é preciso existir nesta gente porque acham que podem ganhar a todo o custo”, exorta o dirigente que há largo período vem exercendo funções como dirigente da AITRAM.

Segundo o comunicado da PSP, as detenções aconteceram na sequência de acções de fiscalização motivadas por denúncias de turistas à PSP. Num dos casos, o motorista de táxi tinha acabado de efectuar um serviço do Largo das Babosas, no Monte até ao Jardim Botânico, que demorou 3 horas a fazer o percurso e cobrou o triplo do valor tabelado.

No outro caso, uma fiscalização junto ao porto do Funchal que tinha acabado de fazer um serviço da baixa do Funchal ao Cabo Girão, que demorou 4 horas a fazer e cobrou 4 vezes mais o valor de tabela. Ambos os motoristas de táxi foram detidos e as viaturas foram apreendidas. Ficaram os dois com termo de identidade e residência, como medidas de coação