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Madeira

Há 13 anos Tolentino Mendonça era nomeado consultor para a Cultura

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Foto Aspress

Há 13 anos, o (hoje) cardeal madeirense, José Tolentino Mendonça, era consultor do Conselho Pontifício para a Cultura (CPC).

É, sem dúvida, um dos mais ilustres madeirenses. O poeta, professor e cardeal José Tolentino Mendonça, ocupa hoje o cargo de prefeito do Dicastério para a Cultura e para a Educação, que tutela a rede escolar católica do mundo inteiro (com 1.360 universidades católicas e 487 universidades e faculdades eclesiásticas com 11 milhões de alunos e outras 217 mil escolas com 62 milhões de crianças).

Mas ao longo do seu percurso, Tolentino Mendonça ocupou várias posições de relevo no seio da Igreja Católica, uma das quais lhe foi atribuída no dia 11 de Dezembro de 2011. Faz hoje precisamente 13 anos.

Conforme noticiou o DIÁRIO na altura, o padre madeirense, então director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), foi um dos dez representantes do mundo das artes, ciências e letras seleccionados pelo papa Bento XVI para reforçar o diálogo entre a Igreja e a sociedade.

Nascido em Machico, a 15 de Dezembro de 1965, Tolentino Mendonça viveu em Angola até aos 9 anos e entrou no seminário aos 11 anos.

Iniciou os estudos de Teologia em 1982 e foi ordenado padre em 1990 na diocese do Funchal.

Licenciado em Teologia pela Universidade Católica Portuguesa (1989), estudou Ciências Bíblicas em Roma e foi professor e vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, a instituição que escolheu para o doutoramento em Teologia Bíblica (2004).

Em 2011, conforme referido, foi nomeado consultor do Conselho Pontifício da Cultura.

Depois de orientar o retiro de quaresma do Papa Francisco em 2018, foi nomeado cardeal em 2019.

Ocupou altos cargos em Roma, incluindo o de arquivista e bibliotecário do Vaticano, antes de ser nomeado como prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação, o equivalente num Governo a um ministério da Educação e Cultura.

Iniciou a sua carreira literária em 1990, com a publicação de "Os dias contados".

A par das funções eclesiásticas que exerceu, foi publicando uma vasta obra de poesia, ensaio e teatro. Colaborou em muitos outros livros como tradutor e organizador, além de ter tido uma crónica semanal no jornal Expresso.

Classificou a poesia como a arte de resistir ao tempo e viu a sua obra, como autor, distinguida com vários prémios, entre os quais o Prémio Cidade de Lisboa de Poesia (1998), o Prémio Pen Club de Ensaio (2005), o italiano Res Magnae, para ensaio (2015), o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes APE (2016), O Grande Prémio APE de Crónica (2016) e o Prémio Capri-San Michele (2017).

Agraciado com duas comendas - Ordem do Infante D. Henrique e Ordem Militar de Sant´Iago de Espada -, recebeu outras distinções, como a Medalha de Mérito da Região Autónoma da Madeira (2019) ou o prémio Europeu Helena Vaz da Silva (2020).

Em 2020, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, escolheu-o como presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas desse ano.

Já em 2023, foi o 37.º vencedor do Prémio Pessoa.

Mais recentemente, o Papa Francisco nomeou-o seu enviado especial à celebração dos 75 anos da Diocese de San Sebastián, em Espanha, que se assinala no dia 6 de Janeiro de 2025.