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Manifestações e vigílias marcam terceiro aniversário do assalto ao Capitólio

Foto ilustrativa/Shutterstock
Foto ilustrativa/Shutterstock

O terceiro aniversário do assalto ao Capitólio será assinalado entre hoje e sábado com manifestações e vigílias em Washington, D.C. e noutras partes dos Estados Unidos, promovidas por organizações como a Indivisible e Franciscan Action Network. 

Hoje, a Franciscan Action Network e a Faith in Peace Concerts lideram uma vigília inter-religiosa em Washington, D.C. sob o mote "Fé na Democracia", disse à Lusa a diretora executiva da Franciscan Action Network, Michele Dunne. 

"Acreditamos que é importante continuar a reconhecer que a insurreição de 06 de janeiro foi uma ferida na sociedade e na democracia americana que precisa de ser curada", adiantou Dunne. 

"Essa cura é mais importante do que nunca, agora que enfrentamos eleições nacionais fundamentais em novembro de 2024", frisou. 

Um dos pontos essenciais defendidos pela organização é que, embora as disputas políticas sejam inevitáveis, a violência política e a deterioração da democracia não o são. Os organizadores esperam uma participação de mais de mil pessoas, entre presença física e online. 

O diretor de projetos da Faith in Peace Concerts, David Searby, também criticou a utilização de símbolos religiosos para justificar o que aconteceu. 

"Há três anos, no mesmo sítio onde faremos o nosso evento, alguns americanos acenaram com Bíblias enquanto atacavam o Capitólio", disse à Lusa. "Vamos fazer a nossa vigília com uma mensagem muito diferente. Estaremos ali para dizer que as pessoas de fé, de todas as perspetivas, podem ser unificadoras, não divisoras".

Para Searby, a mensagem é que as escrituras sagradas de várias religiões apoiam os valores da paz e da democracia. 

A organização Indivisible, que agrega milhares de grupos locais, elaborou um guia para o "Dia de Ação" a 06 de janeiro, considerando que é importante continuar a lembrar um momento que "vive na infâmia" da história do país. 

"Seis de janeiro de 2024, o terceiro aniversário da insurreição no Capitólio, também vai marcar o início de 2024, um ano importante que irá novamente testar muitas das nossas instituições democráticas", declarou o grupo. 

Ainda esta sexta-feira, o Not Above the Law organiza um evento em Washington, D.C. para defender a democracia. 

No sábado, a organização lidera uma manifestação com grupos Indivisible em Syracuse, Nova Iorque, marcando o aniversário da invasão em frente ao edifício federal James M. Hanley. 

Outro evento Not Above the Law terá lugar em Allentown, Pensilvânia, sob o mote "Our Freedoms, Our Vote" (as nossas liberdades, o nosso voto). 

"Embora alguns dos conspiradores eleitorais mais proeminentes tenham perdido as eleições intercalares, já estão a olhar para formas de subverter a vontade dos eleitores em 2024", acusou a organização. 

"Não podemos ser complacentes e estamos a pedir um ponto final nos atentados violentos e criminosos às nossas liberdades", disse. "Temos de proteger as nossas eleições protegendo os eleitores, oficiais de eleições, e um processo livre e justo". 

As campanhas de Joe Biden e de Donald Trump também irão assinalar a data sob ângulos distintos.

Biden, que se recandidata como Presidente, visitará hoje o local na Pensilvânia, Valley Forge, onde George Washington e o exército continental passaram o inverno de 1777 durante a guerra revolucionária. O democrata evocará a luta pela independência norte-americana, em contraste com o assalto ao Capitólio que tentou subverter a eleição de 2020.

Donald Trump, o provável candidato republicano, fará entre hoje e sábado dois comícios de campanha no Iowa -- que é o primeiro estado onde os eleitores do partido se pronunciarão nas primárias, a 15 de janeiro. O ex-presidente tem repetido falsidades sobre a eleição e caracterizou o 06 de janeiro de 2021 como "um dia lindo".