A falta de zelo do património da nossa Freguesia

Exmos. Senhores responsáveis pela Câmara Municipal de Santa Cruz e Governo Regional, venho novamente falar sobre um caso muito importante, mas que tende a cair em esquecimento para as pessoas responsáveis.

Tenho 80 anos e nunca pensei que o nosso Cristo Rei, pelos mais antigos chamado como Santo do Garajau, tinha dono. Há umas semanas li no meu telemóvel a resposta do Sr. responsável pela Freguesia, que dizia que o Cristo Rei “tinha dono e que em breve ia ser arranjado”.

Primeiro, já lá vão mais de dois anos em que se encontra em estado de abandono, a cada dia que passa é uma vergonha constatar que não existe ação nenhuma.

Segundo, como será possível que exista um dono?!

Como é que alguém se pode chamar de dono de uma zona com estrada pública, luz pública e canalização de água potável?! Desde os anos 1940, trata-se de um espaço público, de lazer, e mais, um espaço religioso.

Aquele espaço é nosso, de todos os caniceiros e dos que nos visitam. Foi neste modo que o Sr. Aires de Ornelas deixou ao povo do Caniço. Repito, este é espaço público, a estátua do Cristo Rei é património da Região Autónoma da Madeira.

Se estou errado, então expliquem à população o que se passa.

Se o Cristo Rei tem dono passo a acreditar que o novo cemitério do Caniço também o tem, segundo o que falam.

Este cemitério é mais um espaço a cair no ridículo, cheio de paredes feitas de blocos de cimento em volta da capela. Coisa igual não há na Madeira e até no Continente.

Por favor, expliquem à população o que é nosso. E não falem mais que isto ou aquilo tem dono. Estamos a falar de zonas de utilidade pública no Conselho de Santa Cruz.

A todos aqueles que trabalham com a lei na mão e não fazem nada, fico a pensar que têm medo de agir, devido àqueles que acham que mandam na Câmara porque têm dinheiro.

Paulo Calisto