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Madeira

Ex-padre Anastácio "vai assumir os seus erros" e pede julgamento à porta aberta

Foto Hélder Santos/Aspress
Foto Hélder Santos/Aspress

O advogado do ex-padre Anastácio Alves vai pedir que o seu julgamento pela prática de crimes de abuso sexual de um menor, cujo começo foi hoje adiado devido à greve dos funcionários judiciais do tribunal do Funchal, decorra à porta aberta, por considerar que se trata de um “tema muito sério e que importa a todos”.

À saída do tribunal, Miguel Santos Pereira afirmou que “seria excelente” se o colectivo de juízas presidido por Carla Meneses permitisse um julgamento à porta aberta, sem prejuízo de vedar o acesso ao público numa eventual sessão para audição da vítima. “Que tudo o resto se passe aberto à comunidade. Até era importante. Não só pode dar-nos o exemplo da realização da justiça como também acalmar um pouco a comunidade. Estamos a falar de factos que ocorreram em 2018. Já existiram outros factos e que foram arquivados. Uma vez que o arguido vai, mais uma vez, se apresentar perante a justiça, era importante que toda a comunidade pudesse perceber e todos nós contribuirmos para a pacificação da justiça”, justificou o advogado.

Anastácio Alves não foi visto esta tarde no tribunal, mas o seu advogado garantiu que o ex-padre estaria presente no começo do julgamento caso a audiência não tivesse sido adiada. Tem intenção de prestar declarações em tribunal porque pretende “colaborar com a justiça” e “assumir aquilo que possam ter sido os seus erros”. “Virá cá assumir exactamente aquilo que entende que são os factos que ele possa ter praticado que estão menos correctos”, adiantou Miguel Santos Pereira, pese embora haja “uma parte desta acusação que, no entendimento do arguido e da defesa, não corresponde à verdade”.

Na contestação à acusação do Ministério Público, a defesa refere que a juíza de instrução do Funchal não compreendeu as palavras proferidas pela vítima e um erro na transcrição das declarações para memória futura, no que resultou na multiplicação do número de crimes imputados ao arguido.

Anastácio Alves é acusado da prática de cinco crimes de abuso sexual de um menor.