Uma ex-bancária madeirense foi condenada a 6 anos de prisão, com pena efectiva, por desviar 92 mil euros. Foi ainda condenada a pagar uma indemnização ao BPI, no mesmo valor que o banco ressarciu aos clientes lesados. O colectivo de juízas considerou provados quatro crimes de burla informática e 27 crimes de falsidade informática.

O acórdão foi lido esta tarde, no Juízo Central Criminal do Funchal (Edifício 2000) pela juíza Carla Meneses, que presidiu ao colectivo. A arguida aguardou o julgamento em liberdade e pode ainda recorrer desta pena de prisão efectiva.

O despacho de acusação do Ministério Público, assinado pelo procurador Miguel Silva, referia que a ex-bancária S. Cruz, divorciada e residente em São Martinho, desempenhava funções de gestora de clientes num balcão do BPI na Avenida do Mar.

Segundo a acusação, há cerca de quatro anos, a arguida “formulou o propósito de movimentar diversas contas bancárias de clientes do BPI como se os fundos nelas depositados lhe pertencessem”. Nesse sentido, terá supostamente activado cartões de débito e, através do sistema informático interno e com os privilégios de acesso que lhe tinham sido atribuídos, associou-os às contas de onde pretendia retirar dinheiro.

A primeira vez que tal aconteceu foi a 13 de Setembro de 2019. Na posse de tais cartões e num período de cerca de quatro meses, S. Cruz efectuou mais de uma centena de levantamentos em caixas multibanco de diversos pontos do Funchal. Também utilizou os cartões para pagamentos de serviços e compras em lojas de vestuário, telemóveis, informática, electrodomésticos, perfumaria, supermercado e farmácia.