Regionais 2023 Madeira

"O Turismo é importante mas é preciso também olhar aos outros sectores"

Sérgio Gonçalves prometeu "devolver a Madeira aos madeirenses" num jantar-comício em São Vicente

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"O Turismo é importante, mas é preciso também olhar aos outros sectores e, acima de tudo, aos madeirenses, às nossas pessoas. Nós precisamos devolver a Madeira aos madeirenses, e não ter apenas a Madeira como um destino turístico”, afirmou hoje Sérgio Gonçalves, num jantar-comício com militantes e simpatizantes em São Vicente.

O candidato do PS às Eleições Legislativas Regionais do próximo domingo referia-se, desde modo, às declarações de Miguel Albuquerque que, na Ribeira Brava, disse que nunca como agora se venderam terrenos a preços tão altos ou foram construídas tantas casas para residentes estrangeiros.

Albuquerque promete concluir frente-mar, um Nó no Campanário e dar à Ribeira Brava um auditório

O presidente do PSD/Madeira, cabeça-de-lista da coligação 'Somos Madeira' e candidato à Presidência do Governo Regional, Miguel Albuquerque, anunciou, esta noite, na Ribeira Brava que, "no próximo mandato, há três obras fundamentais que se propõe a garantir, para benefício direto da população: a conclusão da Frente Mar que já tem concurso aberto, o novo Nó de ligação do Campanário à Via Rápida e um novo Auditório que possa estar ao serviço dos jovens talentos que, no concelho, se têm destacado em todas as áreas". 

“Nós não temos nada contra o turismo, muito pelo contrário”, ressalvou Sérgio Gonçalves, enfatizando porém que "um Governo Regional por si liderado irá devolver a Madeira aos madeirenses".

O cabeça-de-lista socialista criticou também executivo do PSD "por ter sido incapaz de dar resposta aos problemas e preocupações da população", apontando a habitação como "um dos exemplos mais paradigmáticos, tendo em conta as carências existentes, o facto de os jovens não terem condições para comprar ou arrendar casa e de a classe média estar estrangulada pelo aumento dos juros dos créditos à habitação".

No campo da habitação, reafirmou o compromisso do PS de celebrar contratos-programa com todas as autarquias, "sem olhar a cores políticas", para a construção de mais casas, assim como "incentivar a habitação cooperativa, não apenas com incentivos fiscais, mas também disponibilizando terrenos do Governo para que seja possível construir casas a preços controlados". “Ao contrário de Miguel Albuquerque, nós não vamos gastar 150 milhões de euros para aumentar a Pontinha. Nós vamos usar esse dinheiro para construir mais 800 ou 900 casas que tanta falta fazem aos madeirenses”, frisou.

A outro nível, Sérgio Gonçalves criticou o facto de as listas de espera na saúde terem "duplicado desde que Miguel Albuquerque é presidente do Governo", adiantando que, com o PS, serão implementados tempos máximos de resposta garantidos, definindo prazos clinicamente adequados para que as pessoas sejam atendidas. "Não sendo cumprido esse prazo, os utentes poderão recorrer ao privado, sem que tenham de pagar", disse.

“Não podemos continuar a ter madeirenses de primeira, que têm dinheiro para ir ao privado, e madeirenses de segunda, que não conseguem aceder à saúde e passam meses e anos à espera de ver a sua situação resolvida apenas porque este Governo Regional é incapaz e, ao fim de oito anos, não conseguiu resolver este problema”, sustentou. Voltou ainda a garantir a reabertura das urgências de Santana e Porto Moniz durante 24 por dia.

Outra das prioridades do PS será a redução de impostos em sede de IVA e de IRS. Como explicou, "se a taxa de IVA baixar de 22% para 16%, ao fim de um ano isso representará um mês de poupança nas despesas". Já no que se refere ao IRS, considerou "inaceitável que os madeirenses paguem mais do que os açorianos em cinco dos nove escalões".

A gratuitidade da escolaridade obrigatória (manuais, transportes e alimentação) e o apoio de até 200 euros aos estudantes universitários deslocados, para fazerem face às despesas com alojamento, foram também promessas deixadas por Sérgio Gonçalves, que não esqueceu as "particularidades" da costa Norte e dos territórios rurais.

Como afirmou o candidato do PS à presidência do Governo Regional, "os agricultores da Madeira têm os rendimentos mais baixos do País, em parte também devido aos baixos valores pagos pelo executivo aos produtores". “Os preços que são pagos pelo Governo Regional são insuficientes para o trabalho que os agricultores têm, para poderem ter uma vida digna e poderem dedicar-se a esta atividade”, referiu, sublinhando a importância de apoiar este sector, "contribuindo assim para reduzir a nossa dependência do exterior, preservar a nossa paisagem e o nosso património e ajudar o turismo".

Perante esta realidade, Sérgio Gonçalves sublinhou que “é muito difícil fazer pior do que tem feito Miguel Albuquerque” e que "se alguma vez a Região mudou para pior foi em 2015, quando aquele chegou ao executivo".

O socialista disse que "o PSD teve 47 anos para mostrar o que vale, mas foi incapaz de resolver os problemas". Como tal, pediu aos madeirenses que "dêem uma oportunidade ao PS para governar melhor, fazer diferente e muito melhor pela Madeira”.

Por seu turno, Sara Silva, candidata a deputada, sublinhou "a importância de, no próximo domingo, todos votarem PS, pois só dessa forma será, de facto, possível mudar a Madeira".