A Guerra Mundo

ONG denuncia subida de 40% das importações de GNL russo pela UE este ano face a 2021

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Foto Reuters

A organização não-governamental Global Witness revelou hoje que, entre janeiro e julho, os Estados-membros da União Europeia (UE) compraram 22 milhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito (GNL) russo, uma subida de 40% face a 2021.

Os dados desta ONG da área da exploração de recursos surgem numa altura em que a UE luta para se tornar independente dos combustíveis fósseis da Rússia pela invasão da Ucrânia e para ganhar resiliência energética e revelam que, "entre janeiro e julho de 2023, os países da UE compraram 22 milhões de metros cúbicos de GNL [russo], em comparação com 15 milhões de metros cúbicos durante o mesmo período em 2021, um aumento de 40%".

Ao todo, "estima-se que os países da UE tenham gasto quase 5,3 mil milhões de euros na compra de mais de metade de todo o GNL russo durante os primeiros sete meses de 2023, sendo a Espanha e a Bélgica o segundo e terceiro maiores compradores a nível mundial", alerta esta entidade.

De acordo com os cálculos da Global Witness, estas importações são significativamente mais elevadas do que no período de análise, antes da guerra, num "acentuado aumento médio global das importações de GNL russo" pelos 27 países da UE.

A ONG denuncia inclusive que "os países da UE compram atualmente a maior parte do abastecimento da Rússia, sustentando uma das mais importantes fontes de receitas do Kremlin".

Entre janeiro e julho de 2023, a UE comprou 52% das exportações da Rússia, em comparação com 49% em 2022 e 39% em 2021.

Por país, Espanha é então o segundo maior comprador de GNL russo em todo o mundo, logo seguida pela Bélgica, com quotas de respetivamente 18% e 17% face ao total no acumulado deste ano.

Numa altura de tensões geopolíticas causadas pela invasão da Ucrânia pela Rússia, que é um grande fornecedor de gás à UE, os países do espaço comunitário implementam medidas como reforço do armazenamento subterrâneo, a redução do consumo e a diversificação dos fornecedores para tentar reduzir esta dependência russa.