Madeira

Porto Moniz tem apenas quatro jovens sem trabalho

Esta é uma das curiosidades dos dados do desemprego de Julho, divulgados na segunda-feira, mês em que se atingiu mínimos históricos na faixa etária de 25 anos ou menos

Foto Shutterstock
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Com um total de 703 jovens com 25 anos ou menos sem trabalho na Região Autónoma da Madeira em Julho de 2023, atingiu-se números historicamente baixos, a tal ponto que há concelhos com ínfima representatividade, o que é uma boa notícia. Por exemplo, em Porto Moniz, nesse mês, apenas quatro jovens estavam inscritos no desemprego.

A verdade é que se recuarmos ao período mais distante no qual havia basicamente o mesmo número de desempregados na Madeira como ocorreu agora em Julho (7.686), podemos pegar com três meses de 2006, mais precisamente em Julho, Agosto e Setembro, um com 7.303 desempregados, outro com 7.296 e outro com 7.946, respectivamente.

Em relação ao desemprego jovem, por ordem, havia 1426 sem trabalho com 25 anos ou menos em Julho de 2006, um total de 1.399 em Agosto e ainda mais 1.611 em Setembro. Percentualmente, o desemprego jovem representava 19,5%, 19,2% e 20,3% nesses três meses de há 17 anos. Hoje, em Julho passado, o peso do desemprego jovem é de menos de metade 9,3%.

Desse desemprego jovem, 226 têm residência no Funchal, o que representa um peso de 32,1%. Isto significa que o desemprego jovem na capital madeirense tem um peso de 10 pontos percentuais a menos do que o desemprego geral tem no Funchal (42,3%). Ou seja, há concelhos onde o desemprego jovem tem um peso superior do que o seu peso na média regional.

Não é o caso do Porto Moniz, onde havia 61 desempregados em Julho, sendo o concelho com menos habitantes, um dos mais envelhecidos e, por conseguinte, o com menor número de pessoas sem trabalho (0,8% do total), o peso dos jovens sem trabalho era de apenas 6,5%. Ainda assim, como se percebe, as estatísticas revelam um peso do desemprego seis vezes superior ao peso do desemprego geral do concelho no total da Madeira.

Mas, a grande verdade é que o peso do desemprego jovem no total de cada concelho só é inferior ao peso do desemprego geral na média de cada concelho em mais uma terra, Santa Cruz, que representa 16,1% (1.225) do desemprego na Madeira, enquanto apenas 9,1% (112) são jovens sem trabalho. Ainda assim, abaixo da média regional.

Câmara de Lobos, por exemplo, com 902 desempregados (peso de 11,9% face ao total) tinha 126 jovens desempregados, representando um peso de quase 14%, significando que aqui o drama do desemprego dos jovens é muito maior do que em Santa Cruz, apesar de no geral ter menos pessoas sem trabalho.

Nos outros concelhos, a situação não é melhor, Machico com 661 desempregados (8,7%) tinha a situação mais equilibrada, uma vez que com 65 jovens no desemprego representava 9,8% do total do concelho, ainda que acima do seu peso na RAM. Ribeira Brava, com 393 desempregados, tinha 49 jovens sem trabalho, significando um peso no geral de 5,2%, mas um peso dos jovens sem trabalho no concelho de 12,5%, mais do dobro.

Calheta é outro exemplo dessa situação. Com 358 desempregados, 34 destes eram jovens, tendo um peso de 9,5% e 4,7%, respectivamente. Ou seja, o dobro do desemprego jovem face ao peso da sua parcela regional.

O peso do desemprego jovem em Ponta do Sol era o triplo da sua média regional, com 309 desempregados (4,1%), dos quais 39 jovens (12,6%). Em Santana é mais do dobro, com 227 desempregados (3%), entre os quais 16 jovens, que representavam 7% dos sem trabalho no concelho.

Em São Vicente e em Porto Santo, dois casos muito similares ao de Porto Moniz, já que com 151 e 91 desempregados respectivamente, o seu peso no total regional ascende a 2% e 1,2%. Contudo, o peso do desemprego jovem nos respectivos concelhos é de 12,6% (19) e 14,3% (13).