Madeira

Ribeira Brava debateu o tema da saúde mental nos jovens

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Numa iniciativa da Câmara Municipal da Ribeira Brava, realizou-se, esta tarde, o III Encontro de Jovens do concelho para debater os problemas de saúde mental mais comuns entre os jovens. A ‘Saúde Mental: o único padrão que importa’ foi o tema desta sessão que teve o objectivo de responder às necessidades e desafios que os jovens enfrentam diariamente.

O diretor regional da Saúde, Herberto Jesus, a coordenadora do Observatório Regional de Saúde Mental, Isabel Fragoeiro, a presidente da Mesa de Assembleia Regional da Madeira da OPP, Letícia Oliveira, e o deputado à Assembleia Legislativa, Bruno Melim, ocuparam a primeira parte da conferência alusiva à temática da Saúde Mental: Ansiedade e Depressão, sob a moderação de Miguel Guarda. 

Herberto Jesus começou por abordar as alterações cognitivas sentidas após a pandemia, realçando que "este vírus alterou-nos profundamente e fez-nos perceber que por mais que o mundo seja desenvolvido somos muito vulneráveis".  

Face a esta realidade, o diretor regional da Saúde recordou que é fundamental criar as condições para os jovens serem felizes, referindo que "se controlarmos os factores de risco através da prevenção, a melhoria de vida será garantida". Admitiu ainda que "apostar na prevenção é um esforço que vem de todos nós enquanto comunidade".

Letícia Oliveira partilhou a mesma opinião, sublinhando que "depois da Covid-19 nunca se falou tanto de Saúde Mental como nos últimos tempos e, felizmente, cada vez mais há uma naturalização em relação a esta temática". Deixou ainda a ideia de que a saúde mental é saúde geral, daí ser necessário prestar a devida atenção aos seus sinais e sintomas.

O debate foi complementado por outros tópicos de igual relevância, nomeadamente, o aumento do consumo de estupefacientes entre os jovens e os problemas de saúde mental na comunidade escolar.

Jorge Santos, actual presidente da Câmara Municipal da Ribeira Brava, olha para esta iniciativa com admiração, referindo que "é urgente termos estas conversas e estarmos atentos aos sinais, sendo que ainda há muito estigma em torno da saúde mental".

O autarca alertou para as doenças mentais que muito afetam a população, desde os mais jovens aos seniores, acreditando que eventos como estes vêm facilitar a literacia em saúde, bem como salvar vidas.

Terminou relembrando que os jovens têm muita informação ao seu dispor, mas têm também muitos desafios aliciantes e, por isso, há que ser forte, traçar os seus objetivos e trabalhar para eles. "Sejam a gaivota que voa mais alto", finalizou.

A ‘Pressão pela Imagem Perfeita nos Jovens’ ocupou a segunda conferência que juntou as oradoras Ana Sofia Pita, psicóloga clínica do SESARAM, Elisa Mendonça, dirigente do Núcleo da Madeira do Movimentos Democrático de Mulheres, Catarina Fernandes, apresentadora de televisão, e Luísa Gonçalves, criadora de conteúdos digitais. 

"As redes sociais não precisam de ser necessariamente más", advertiu Elisa Mendonça, defendendo que "o verdadeiro problema é a cultura de pressão que se cria em torno destas e as comparações malignas que são feitas durante o seu uso". 

A conclusão foi consensual entre as participantes, que reconheceram o mau uso das redes sociais como uma das principais causas do agravamento das doenças mentais.