Regionais 2023 Madeira

Joaquim Sousa estava a passar mensagem de "ajuste de contas", diz Inês Sousa Real

"Clivagem" entre membros da lista inviabilizou candidatura; projecções negativas e auscultação dos madeirenses pesaram na decisão

Inês Corte Real regressa menos de um mês após a apresentação de Joaquim Sousa, a 17 de Julho
Inês Corte Real regressa menos de um mês após a apresentação de Joaquim Sousa, a 17 de Julho, Foto Aspress

A porta-voz nacional do PAN está na Madeira, para lançar Mónica Freitas como candidata

Aquilo que o PAN jamais fará é defraudar os seus eleitores, deixar de os ouvir e menos ainda renunciar àqueles que são os seus valores

A afirmação é da porta-voz nacional do Pessoas–Animais–Natureza (PAN), Inês Sousa Real, na sequência do afastamento de Joaquim José Sousa como cabeça-de-lista do partido às eleições regionais de 24 de Setembro. O antigo director da Escola do Curral das Freiras será substituído por Mónica Freitas, numa altura em que falta menos de um dia para a entrega das listas.

PAN substituiu cabeça-de-lista na Madeira

Mónica Freitas é indicada como nova candidata, depois de Joaquim Sousa ter sido apresentado como candidato a meados de Julho pela porta-voz e deputada do PAN

Em declarações ao DIÁRIO, Inês Sousa Real dá conta que, na sequência de "uma clivagem entre os membros que constituíam esta lista única", foi pedida "esta semana" a intervenção da Comissão Política Nacional (CPN), "por ambas as partes", tendo a mesma decidido em favor do afastamento do candidato apresentado a 17 de Julho.

Joaquim Sousa quer estender "onda verde" à Madeira

O licenciado em ensino de Geografia Joaquim Sousa é o cabeça de lista do PAN às eleições na Madeira, em 24 de Setembro, para tentar o regresso do partido ao parlamento regional e trazer a "onda verde" à região.

"A Direcção Nacional tem efectivamente esse poder de avocar as candidaturas e de poder tomar a decisão de forma totalmente legítima sobre as legislativas sobre as listas a apresentar", argumenta Inês Sousa Real

Sobre o motivo da cisão entre o ex-número 1 e a número 2 da candidatura do PAN, a porta-voz do partido refere que houve "uma agudização" das tensões fruto das projecções que passaram de positivas a negativas, após o anúncio da candidato, mas sobretudo da leitura que o eleitorado madeirense fez da mensagem transmitida por Joaquim Sousa.

Para Inês Sousa Real torna-se claro que havia "um foco, sobretudo, num ajuste de contas, que é aquilo que nos tinha vindo a ser transmitido por parte da população madeirense que era a leitura que estava a ser feita em relação à mensagem que estava a ser passada pelo candidato", sustenta.

A porta-voz observa ainda que "houve uma agudização, desde o momento em que começou a existir a pré-campanha e em que o candidato ainda não tinha sido anunciado e o PAN tinha uma projecção que lhe dava a potencial eleição de um deputado, seja depois daquilo que foi a percepção e da opinião pública na rua".

Inês Sousa Real reconhece, por isso, que "não existindo condições para que a equipa apresentasse uma lista conjunta", a CPN teve de "analisar e ponderar todos os elementos e factores e garantir, não só que existe esta apresentação da lista, mas também que ela está claramente alinhada com os valores do PAN", pese embora o partido agradeça o trabalho que o Joaquim Sousa promoveu até aqui".