Regionais 2023 Madeira

“Próximo desafio eleitoral do BE será na Madeira”

Dina Letra assume como objectivo recuperar representação parlamentar na Assembleia Legislativa da Madeira

Coordenadora regional da Madeira discursa na XIII Convenção Nacional do Bloco
Coordenadora regional da Madeira discursa na XIII Convenção Nacional do Bloco

A coordenadora regional do Bloco de Esquerda, Dina Letra, afirmou hoje na sua intervenção na XIII Convenção Nacional do partido, que o “próximo desafio eleitoral do BE será na Madeira”.

"Precisamos de todas e de todos os militantes e simpatizantes, porque estas lutas não se fazem sem gente. Sabemos que o desafio é grande e as dificuldades são muitas, sempre o foi, mas acreditamos que juntos, em unidade de vontades e de acção, tornaremos possível o objectivo de voltarmos a ter representação parlamentar na Assembleia Legislativa da Madeira", assumiu.

O discurso de Dina Letra fica também marcado por críticas à governação do executivo PSD/CDS.

"Cresce o turismo, cresce a economia, crescem os lucros extraordinários e os dividendos, crescem as receitas do Governo e o suposto emprego. Vivemos na ilha das maravilhas, para os beneficiários dos vistos gold e das borlas fiscais, para os especuladores imobiliários e para as empresas que declaram os lucros nas offshores", acusa a bloquista.

Em contraposição nota que "crescem sem parar os preços dos bens essenciais, cresce de forma brutal a taxa de juro do crédito à habitação e os preços especulativos das casas e do arrendamento. Crescem as listas de espera no serviço público de saúde e a taxa de mortalidade. Cresce o número de alunos sem professor e os pedidos de ajuda ao Banco Alimentar. Cresce a pobreza do povo e a desigualdade". "Só não crescem salários e pensões", atira, recordando que "a Madeira é a região do país onde há maior risco de pobreza".

Quanto ao ambiente diz que "o Governo Regional prefere apostar no segmento luxo, nos vistos gold e nas nómadas digitais, e o mais importante, claro está, é apoiar as empresas", enquanto o combate à crise climática "é uma miragem e até a nossa floresta laurissilva, património natural e da humanidade está a ser alvo do maior assalto de sempre, na continuidade da política do betão para privilégio de alguns".

"Qualquer semelhança com a realidade nacional é pura coincidência, afinal de um lado temos um partido de direita, o PSD, e do outro o PS. O domínio do PSD-M é quase absoluto sempre disponível para qualquer tipo de coligação desde que se mantenha no poder: controla todo o tipo de associações, dispõe do braço armado, das Casas do Povo, que converteu em IPSS, tem o PRR para distribuir pelos mesmos de sempre; os órgãos de comunicação social são hoje pertença dos grandes grupos económicos, grupos estes que cresceram na sombra do Governo regional e do erário público. Tudo está controlado", reforça.

"O BE-M deverá assumir-se como alternativa a este modelo económico, capitalista e elitista, escravizante do povo; de lutar contra todas injustiças e desigualdades; contra topo o tipo de democracia musculada que ali se vive, contra a hegemonia de um partido que, com a arrogância da maioria absoluta, se  apropriou do governo e da Autonomia, e que se esqueceu do essencial: o povo. Há tanto por fazer pela Madeira e cá estamos prontos para o desafio", concluiu.

A Madeira leva à XIII Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, que se realiza este fim-de-semana, no Pavilhão Casal Vistoso, 17 delegados.