Madeira

Bastonário dos Engenheiros Técnicos desafia Madeira a ser co-proprietária da SATA

Augusto Ferreira Guedes defende uma política de mobilidade aérea estruturada e menos dependente da TAP e das companhias estrangeiras

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O Bastonário da Ordem dos Engenheiros Técnicos desafiou o Governo e os empresários da Madeira a serem co-proprietários da SATA Internacional de modo a que as regiões insulares portuguesas tenham uma política de mobilidade aérea estruturada e menos dependente da TAP e das companhias estrangeiras.

O repto foi lançado por Augusto Ferreira Guedes durante as Jornadas Insulares da Engenharia que decorre na ilha do Porto Santo sob o mote ‘Transportes e Acessibilidades”.

“A Ordem dos Engenheiros Técnicos defende que a SATA Internacional que está agora em processo de venda fosse adquirida – ela vai ter uma parte do Governo Regional dos Açores e de um grupo de empresários dos Açores – mas eu julgo que a Madeira, os seus empresários, a sua massa crítica, o governo deveria comprar a parte que está à venda da SATA” Augusto Ferreira Guedes

“Porque isso assegurava um grau de liberdade e execução de uma política futura na acessibilidade à Madeira”, complementou o Bastonário. Augusto Ferreira Guedes considera que essa seria uma opção estratégica que contribuiria para esbater a dependência das ilhas e reforçar ambas as autonomias.

“As ilhas não podem estar na mão de operadores estrangeiros ou de operadores como a TAP, mas tem de ser um instrumento que esteja ao serviço das regiões e eu acho que era muito importante que a Madeira se afirmasse como co-proprietária da SATA para poder ter uma política estruturada” Augusto Ferreira Guedes

O engenheiro lançou assim o repto ao governo regional e aos empresários madeirenses para que entrem no negócio e tornem o transporte aéreo rentável e bem gerido, disponibilizando-se para contribuir nesse sentido. “Se eu tivesse dinheiro comprava a SATA e transformava num instrumento ao serviço das populações”, ironizou, esperando que a Madeira exerça o seu magistério de influência nesse sentido.

O Bastonário dos Engenheiros Técnicos mencionou que a opção de realizar este encontro na ilha Graciosa, no passado dia 23 de Abril, e agora na ilha do Porto Santo, em vez de levar as jornadas a Ponta Delgada ou Funchal, precisamente para “chamar a atenção para as particularidades destas regiões” de ambos os arquipélagos.

Telecomunicações: é preciso baixar custos e melhorar o acesso

Outro ponto relevante que espera ver debatido nestas Jornadas e vertido nas conclusões são as telecomunicações. “Reafirmo a absoluta necessidade de melhorarmos o serviço de telecomunicações não só na sua eficácia como também na redução dos custos das operações”, frisou, lembrando que o nosso país esse é um problema evidente.

Defendeu que é preciso baixar os custos e melhorar o acesso à rede e desafiou os engenheiros a se encontrar vias para que tal aconteça, pois nas regiões insulares, “as telecomunicações são tão importantes como a viagem de avião ou de barco”.