Um fraco rei faz fraca a gente forte

Não tenho por hábito falar daquilo que desconheço, mesmo de que tal ouça falar, independentemente da sua veracidade.

À velocidade vertiginosa com que acontece a evolução dos meios de comunicação social, cada vez mais sofisticados, que temos ao nosso alcance e quando tudo acontece no hoje e no agora porque o mundo se tornou uma aldeia global, torna-se impossível escapar ao bombardear de tanta (des)informação. Da mais longínqua à mais próxima.

É preciso proteger-se do veneno que jorra nas redes sociais e acessar conteúdos leves e agregadores, longe da notícia pouco credível ou boato, que existe e insiste para condicionar o comportamento e o pensamento, se quisermos preservar a nossa saúde mental.

Pertenço ao grupo restrito dos que ainda não tem dificuldade em acreditar que "nem tudo o que luz é ouro "ou que "quando a esmola é muita, o santo desconfia".

Com sonoridade e brilho lexical se divulgam dados sobre extraordinários índices de sucesso, de tudo e mais qualquer coisa, com o objectivo, talvez, de fazer a felicidade de parte da população. Usam um cardápio universal de elogios mútuos, porventura uma forma airosa de dissimular dissonâncias internas, porque muitos já se acotovelam na fila da corrida aos "tachos" que sairão das próximas eleições.

Todos parecem esquecer que a política deve ser exercida com seriedade. Não há política democrática que resista a uma lógica de cegueira e arbitrariedade.

As desigualdades sociais acenturam-se, a perda de poder de compra agravou-se, o aumento dos preços dos bens e serviços torna mais difícil a nossa vida quotidiana, mas a isso responde-se com desvalorização, silenciamento, ou com umas "esmolinhas" a pouco mais de meia dúzia, normalmente fiéis seguidores de determinada doutrina. A comunidade está cada vez mais crispada, mais pobre, incapacitada de racionalidade crítica e tolerante. Poder, protagonismo e glorificação de vaidades pessoais têm tanta utilidade como remédio em falta para uma doença incurável.

Mais empatia, mais respeito menos arrogância. Que ninguém nos faça sentir inferiores sem o nosso consentimento.

Sou militante confessa de tolerância zero a qualquer forma de violência, seja ela física, psicológica, verbal ou escrita.

O segredo está em ver ouvir sentir e falar. Infelizmente, a maioria vê e ouve mal, sente pouco ou nada...Mas diz muita alarvidade.

Madalena Castro