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Diplomacia iraniana adverte para risco de violência alastrar na região

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O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão advertiu hoje que se os ataques de Israel à Faixa de Gaza não pararem imediatamente a violência pode alastrar a outras partes do Médio Oriente.

Hossein Amirabdollahian está a fazer uma visita que o levou a Bagdade, antes de Beirute, e mais tarde à capital síria, Damasco. O Irão lidera o chamado "eixo de resistência" que inclui poderosos grupos militantes na região, como o Hezbollah no Líbano e as Forças de Mobilização Popular no Iraque.

Amirabdollahian falou aos jornalistas em Beirute após uma reunião com o seu homólogo libanês, durante a qual os dois responsáveis apelaram ao fim dos ataques de Israel a Gaza. O Presidente da Comissão Europeia também se reuniu com o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, bem como com o primeiro-ministro interino, Najib Mikati, e com o presidente do Parlamento.

Há receios de que a guerra possa alastrar à fronteira libanesa, onde os combatentes do Hezbollah têm estado em alerta após o ataque do Hamas ao sul de Israel, no sábado, que causou a morte de centenas de pessoas.

Na quinta-feira, as forças armadas israelitas atacaram dois dos principais aeroportos internacionais da Síria, em Damasco e Alepo, colocando-os fora de serviço. Os voos foram desviados para um aeroporto na província costeira de Latakia. Os ataques foram efetuados após terem sido disparados projéteis da Síria para os Montes Golã, ocupados por Israel.

Atos esporádicos de violência ao longo da fronteira entre o Líbano e Israel nos últimos dias causaram a morte de três combatentes do Hezbollah na segunda-feira. As forças armadas de Israel disseram que um soldado israelita foi morto num ataque com mísseis antitanque na quarta-feira.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, avisou os outros intervenientes no Médio Oriente para não se juntarem ao conflito, enviando navios de guerra americanos para a região e prometendo apoio total a Israel.

"O que é curioso é que, numa altura em que os Estados Unidos apelam à contenção das partes, permitem que os criminosos da falsa entidade sionista matem mulheres, crianças e civis em Gaza", afirmou Amirabdollahian.

Se estes crimes de guerra organizados e cometidos pela entidade sionista não pararem imediatamente, podemos imaginar qualquer possibilidade", avisou Amirabdollahian, não entrando em pormenores, mas dando a entender que os grupos apoiados pelo Irão poderiam juntar-se à guerra.

Ali Barakeh, alto funcionário do Hamas, disse à Associated Press (AP) esta semana, em Beirute, que aliados como o Irão e o Hezbollah libanês "se juntarão à batalha se Gaza for sujeita a uma guerra de aniquilação".

Amirabdollahian afirmou: "A América não pode enviar armas e bombas para matar mulheres, crianças e civis em Gaza e, ao mesmo tempo, apelar a todas as partes para que se controlem".

E apelou aos ministros dos Negócios Estrangeiros e ao líder da Organização de Cooperação Islâmica, um grupo de 57 países com importantes populações muçulmanas, para que realizem uma reunião para debater a situação em Gaza.

Depois de se encontrar com Mikati, Amirabdollahian disse que o objetivo da sua visita a Beirute é preservar a segurança no Líbano no meio das tensões regionais. "O que é importante para nós é a segurança no Líbano e a forma de manter a calma", disse Amirabdollahian.

Acrescentou que o que o Hamas fez no fim de semana foi uma resposta à política do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.