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Pelo menos um morto e oito feridos graves após motim em prisão no Myanmar

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Foto Shutterstock

Pelo menos um preso morreu e outros oito ficaram gravemente feridos após uma rebelião numa prisão em Pathein, a cerca de 150 quilómetros de Rangum, em Myanmar, declarou uma organização de direitos humanos num comunicado.

Segundo a Associação de Assistência aos Presos Políticos (AAPP) em Myanmar (ex-Birmânia), guardas prisionais mataram Win Min Thant, listado pela organização não-governamental (ONG) como prisioneiro político, depois de torturá-lo durante a noite de quinta-feira.

Além disso, de acordo com a agência de notícias EFE, outros oito presos políticos foram hospitalizados com lesões "que colocam as suas vidas em risco", referiu o comunicado divulgado na noite de sexta-feira pela associação.

A agência de notícias AFP referiu ainda que pelo menos 60 presos ficaram feridos durante o motim.

O motim começou na quinta-feira, quando os guardas prisionais espancaram Win Min Thant após encontrar um telemóvel na sua cela, informa o portal de notícias Radio Free Asia.

Cerca de 70 prisioneiros escaparam das suas celas e exigiram a libertação de Win Min Thant. Os presos causaram estragos na prisão usando paus, tijolos e pedaços de cimento, que também usaram para atacar as forças de segurança, segundo a junta militar birmanesa.

As autoridades tentaram controlar a situação, mas as negociações falharam e recorreram à força, segundo a junta.

Como resultado, Win Min Thant morreu com um tiro e outros prisioneiros foram atingidos também por disparos, segundo fontes da prisão.

Win Min Thant era acusado de terrorismo pelas autoridades de Myanmar, segundo o serviço da BBC no país, citado pela AFP.

O incidente ocorreu dias após o Governo anunciar uma amnistia para mais de 7.000 prisioneiros, incluindo cerca de 300 prisioneiros políticos, anunciada na quarta-feira pela junta militar por ocasião do 75.º aniversário da independência de Myanmar.

O golpe de Estado de 01 de fevereiro de 2021 mergulhou Myanmar numa profunda crise política, social e económica e abriu uma espiral de violência, com novas milícias civis que exacerbaram a guerra de guerrilha que o país vive há décadas.

Pelo menos 2.707 pessoas morreram na repressão brutal das forças de segurança, que atiraram a matar contra manifestantes pacíficos e desarmados, e mais de 13.270 permanecem detidas, segundo a última atualização da AAPP.