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França afirma que envio de tanques não é entrar em guerra com Rússia

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EPA/FOCKE STRANGMANN

A diplomacia francesa afirmou hoje que nem a França nem os seus aliados estão em guerra com a Rússia, rejeitando comentários de Moscovo após a decisão de envio de carros de combate para Kiev.

"Não estamos em guerra com a Rússia e nenhum dos nossos aliados está", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Anne-Claire Legendre durante uma conferência de imprensa, alegando que a entrega de equipamento militar "no exercício de legítima defesa (...) não constitui co-beligerância".

O Kremlin acusou os ocidentais de "envolvimento direto" no conflito com a entrega anunciada de tanques alemães, Leopard 2, e norte-americanos, Abrams.

Contudo, as diplomacias de vários países ocidentais insistem no caráter defensivo dos tanques, que se destinam apenas a neutralizar a invasão russa da Ucrânia.

Essas entregas e a assistência militar fazem parte "do compromisso de países de todo o mundo, liderados pelos Estados Unidos, para ajudar a Ucrânia a defender a sua soberania e integridade territorial (...) Esta não é uma ameaça ofensiva contra a Rússia", garantiu o Presidente norte-americano, Joe Biden, quando esta semana anunciou o envio para Kiev de carros blindados Abrams.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.