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Rússia ameaça destruir tanques ocidentais entregues à Ucrânia

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FOTO EPA/VALERIY SHARIFULIN/SPUTNIK/KREMLIN POOL

A Rússia ameaçou hoje destruir os tanques que os países ocidentais, incluindo o Reino Unido e a Polónia, pretendem entregar à Ucrânia, afirmando que os veículos "vão arder".

"Estes tanques ardem e arderão", declarou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa diária por telefone.

Peskov voltou a afirmar que os países ocidentais estão a utilizar a Ucrânia "para atingir objetivos antirrussos" e que o Kremlin continua determinado a atingir "os objetivos da operação militar especial", um eufemismo das autoridades russas para descrever a guerra contra o país vizinho.

Motivadas e fortalecidas pelo aumento da ajuda militar e financeira, as forças ucranianas repeliram o Exército russo, infligindo-lhe reveses na primavera e no outono passados.

Entretanto, Kiev diz que precisa de tanques pesados, blindagem leve, sistemas de mísseis de longo alcance e defesas antiaéreas para derrotar definitivamente o Exército russo e retomar todos os territórios ocupados por Moscovo no leste e no sul da Ucrânia.

No sábado, Londres anunciou o envio para Kiev de veículos blindados Challenger 2, na que será a primeira entrega de tanques pesados de fabrico ocidental à Ucrânia.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.952 civis mortos e 11.144 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.