A Guerra Mundo

Dirigentes europeus coincidem na defesa de maior ajuda militar a Kiev

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FOTO EPA/OLEG PETRASYUK

Vários dirigentes europeus defenderam hoje no Fórum Económico Mundial, em Davos, a necessidade de manter a unidade europeia e transatlântica em relação à guerra na Ucrânia, e aumentar a ajuda militar a Kiev com o envio de tanques modernos.

O Presidente da Polónia, Andrzej Duda, um dos participantes num debate realizado na estância turística suíça no âmbito do fórum, insistiu que a Ucrânia tem vindo a enviar a mesma mensagem desde o início da guerra, pedindo armas para combater a Rússia.

Duda, que esteve recentemente na Ucrânia, disse que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, lhe deixou claro que as forças armadas da Ucrânia precisam de tanques modernos.

"É a única forma de impedir a invasão", afirmou o líder polaco, citado pela agência espanhola EFE.

Duda lembrou que anunciou recentemente a decisão da Polónia de enviar 14 tanques alemães Leopard para Kiev, mas que está a "tentar obter mais apoio dos parceiros".

A cedência dos tanques Leopard à Ucrânia carece da concordância da Alemanha.

Duda disse que a Polónia enviou para a Ucrânia, no início da guerra, "mais de 260 tanques velhos" do tempo da União Soviética que foram retirados das unidades militares polacas.

"Foi um momento crucial, as forças russas estavam à volta de Kiev. Este foi o início do apoio militar à Ucrânia. Agora, esperamos que os tanques Leopard abram um novo capítulo", acrescentou.

Duda participou numa mesa redonda com os presidentes da Letónia, Gitanas Nauseda, e da Macedónia do Norte, Stevo Pendarovski, o chefe da diplomacia espanhola, José Albares Bueno, e a líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaya.

Nauseda também defendeu que "alguém tem de dar o primeiro passo", alegando que os "tanques são agora um fator muito estratégico".

O líder da Letónia disse esperar que o chanceler alemão, Olaf Scholz, decida finalmente autorizar o envio dos tanques Leopard para a Ucrânia.

Dúvidas e controvérsias na Alemanha sobre a questão contribuíram para a demissão da ministra da Defesa alemã, Christine Lambrech, na segunda-feira.

Lambrech, também criticada por várias gafes públicas, será substituída por Boris Pistorius, igualmente social-democrata e até agora ministro do Interior da Baixa Saxónia.

Uma das suas primeiras decisões deverá ser sobre o envio de tanques Leopard para a Ucrânia, depois de a Alemanha já ter fornecido veículos de defesa blindados Gepard e Marder.

O Governo de Scholz insiste em fazer qualquer anúncio de armamento à Ucrânia juntamente com outros parceiros.

A questão será um dos temas da reunião do Grupo de Contacto de Defesa da Ucrânia, que se realiza na sexta-feira, na base aérea dos Estados Unidos em Ramstein, na Alemanha.

Questionado sobre a questão dos tanques, o ministro dos Negócios Estrangeiros, da União Europeia e das Comunidades de Espanha não se comprometeu com uma posição.

"A forma de atuação de Espanha nesta guerra é que, em cada fase, fazemos o que acreditamos ser melhor para ajudar a Ucrânia a defender a sua soberania e integridade territorial, e para trazer a paz o mais depressa possível", disse Albares Bueno, citado pela EFE.

Svetlana Tikhanovskaya disse no debate que uma vitória ucraniana na guerra com a Rússia seria uma oportunidade para o povo de Bielorrússia se libertar da ditadura de Alexander Lukashenko.