A Guerra Mundo

Ministro da Defesa de Kiev diz que Ucrânia é membro "de facto" da NATO

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O ministro da Defesa da Ucrânia disse hoje à BBC que o país tornou-se num membro "de facto" da NATO porque os Estados ocidentais "concentraram-se" de forma diferente face à guerra.

Oleksii Reznikov disse à estação de televisão pública britânica que "os países ocidentais" que temiam que a assistência militar à Ucrânia podia fazer agravar o conflito mudaram de opinião acrescentando que acredita que Kiev vai receber armamento, incluindo carros e aviões de combate. 

"Esta preocupação sobre o próximo nível de escalada, para mim, é uma espécie de protocolo. A Ucrânia como país e as Forças Armadas da Ucrânia transformaram-se em (um) membro da NATO. 'De facto', não 'de jure' (legalmente). Porque temos armamento e decidimos como o vamos utilizar", acrescentou o ministro.

A Rússia argumenta que está a lutar contra a Aliança Atlântica na Ucrânia porque o "Ocidente" está a abastecer o país com armas, após a invasão que começou em fevereiro de 2021. 

A Ucrânia tentou aderir à Aliança Atlântica durante vários anos e o chefe de Estado, Volodymyr Zelensky, pressionou no sentido do acesso rápido à organização.

Para o presidente russo, as reiteradas intenções de Kiev sobre a NATO são uma ameaça para a segurança de Moscovo. 

O artigo 5 do Tratado da Aliança Atlântica indica que um ataque armado contra um membro deve ser considerado um ataque a todos os países que fazem parte da organização.

Na mesma entrevista à BBC, Reznikov desdramatizou referindo que o comentário que faz sobre a Ucrânia como país membro "de facto" da NATO "não é polémico".

"Porque seria polémico? É a verdade. É um facto", disse Reznikov.

"Tenho a certeza de que a breve prazo vamos ser membros 'de jure' da NATO", declarou.

O ministro da Defesa foi entrevistado em Kiev numa altura em que as forças ucranianas e russas continuam os combates, sobretudo, na localidade de Soledar, região oriental de Donetsk, numa das batalhas mais intensas da guerra que se prolonga há onze meses. 

Reznikov disse ainda que "aproximadamente 500 ou 600 combatentes russos morrem todos os dias em todo o país, enquanto a Ucrânia perde uma décima parte desse número".

Estes números referidos pelo ministro da Defesa da Ucrânia não podem ser confirmados de forma independente.