Madeira

PSD-Madeira insiste em esclarecimento da ministra sobre redução do contingente do ensino superior

Sara Madruga da Costa, junto com elementos da JSD, esteve esta manhã no Gabinete de Acesso ao Ensino Superior para abordar o assunto

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A deputada do PSD-Madeira à Assembleia da República insiste na necessidade e urgência da ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior explicar, em São Bento, a decisão do Governo da República em reduzir de 3,5 para 2% o contingente de acesso ao ensino superior atribuído à Madeira e aos Açores.

Foi num encontro no Gabinete de Acesso ao Ensino Superior, que contou com a presença de elementos da JSD-Madeira, que a parlamentar reafirmou que uma decisão desta natureza nunca poderia ser anunciada sem ouvir previamente o Governo Regional, pondo em causa a alterações de orientações com mais de 48 anos. "Em 48 anos da nossa democracia, nunca nenhum governante a nível da República se atreveu a reduzir ou a mexer no contingente de acesso ao ensino superior da Madeira e dos Açores. Por isso nós não aceitaremos qualquer limitação ou qualquer condicionalismo nestas vagas que estão destinadas às regiões autónomas", salientou a deputada. 

Nós exigimos, e não vamos desistir de exigir, é que a senhora ministra vá à Assembleia da República dar explicações no seguimento destas declarações, é isso que vamos continuar a exigir, porque nós achamos que os madeirenses, face à gravidade destas declarações precisam de uma explicação, e essa explicação tem de ser mesmo dada pela senhora ministra e não por terceiros. Sara Madruga da Costa, deputada do PSD-Madeira à Assembleia da República

Sara Madruga da Costa não entende a posição assumida pelo PS, que adiou a votação do requerimento apresentado na Assembleia da República pelo PSD, na semana passada, para a audição, com carácter de urgência, de Elvira Fortunato, no sentido de esclarecer a situação, no que caracteriza de "comportamento vergonhoso" dos socialistas. A social-democrata madeirense diz esperar que amanhã, o requerimento seja 'aprovado' em São Bento, de modo a que possam ser esclarecidas as várias questões que se levantaram em torno desta matéria. 

Lembrando que as declarações, numa entrevista concedida a um jornal nacional, foram proferidas há mais de uma semana, a parlamentar diz não compreender o silêncio da ministra sobre o assunto. "Ainda na semana passada, houve um comunicado da parte do Ministério que não desmente estas afirmações e que apenas se limita a dizer que está em plano uma proposta da parte do Governo [da República] que vai ser apresentada até final de Janeiro", aponta, salientando que os madeirenses precisam de garantias, evitando, assim, "o alarido social" que esta possível alteração tem causado.

Além disso, a deputada não aceita que as explicações sejam dadas "por terceiros", numa referência clara a Carlos Pereira, deputado socialista que, na semana passada, garantiu que o contingente não sofrerá qualquer alteração. Sobre essas declarações, Sara Madruga da Costa diz não poder "deixar de estranhar" que "o timing em que essas declarações foram feitas", referindo-se ao dia em que o PSD apresentou o referido requerimento para audição da ministra. 

Carlos Pereira garante que contingente de acesso ao ensino superior não será alterado

O contingente especial de acesso ao ensino superior, reservado às regiões autónomas, não deverá ser alterado. Quem o garante é Carlos Pereira, deputado do PS-Madeira na Assembleia da República e vice-presidente da bancada socialista.

A avançar a alteração do contingente atribuído à Madeira, passando de 3,5 para 2%, poderá estar em causa a entrada de cerca de 400 jovens madeirenses no ensino superior, conforme notou a 'comitiva' que reuniu esta manhã com elementos do Gabinete de Acesso, no Palácio do Governo.