Segundo o PCP "Gorbachev foi um dos principais responsáveis pela destruição da União Soviética e a restauração do capitalismo na Rússia, quando o que se impunha era o aperfeiçoamento do socialismo". Como é já tradição o PCP recorre à teoria revisionista para fazer a sua análise política do acontecimento histórico que foi o desmoronamento da ditadura comunista liderada pela Rússia imposta sobre 400 milhões de pessoas nas 15 repúblicas que constituíam a União Soviética (US), Alemanha Oriental, Hungria, Checoslováquia, Bulgária, Polónia e Roménia cujos povos foram subjugados por décadas de supressão da liberdade, violenta repressão e invasões militares em clara violação dos mais elementares direitos humanos. Contudo para o PCP o importante nunca foi não é e nunca será a democracia, nem a liberdade, nem os direitos humanos. Para o PCP o curial e que importa verdadeiramente é o que denomina como “socialismo” ou “democracia avançada” e que não são mais do que eufemismos para designar as ditaduras impostas pelos regimes comunistas com o seu rasto de crimes contra a humanidade, violação dos direitos humanos, perseguições, prisões arbitrárias, assassínios políticos, limpezas étnicas, deportações para os “Gulags” e dos quais o PCP nunca se demarcou por achar que os meios justificam os fins. Ao contrário do que diz o PCP o desmoronamento da US deveu-se sobretudo à decadência do próprio regime comunista que ruiu completamente fruto de uma economia obsoleta, falida e incapaz de responder às necessidades básicas e aos anseios das populações. Verdadeiramente relevante foi o contributo de Mikhail Gorbachev para que 400 milhões de pessoas acedessem à democracia que lhes permitiu escolher em liberdade o seu futuro e dos seus países, e para a paz no mundo ao assinar com os EUA o tratado de limitação de armamento nuclear. O Nobel da Paz foi o seu justo galardão ainda que muitos dos atuais líderes mundiais se mostrem de todo incapazes de honrar o seu legado.

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