Madeira

"Túnel megalómano" vai fazer disparar a dívida da Região, diz o BE

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Comissão Política Regional do Bloco de Esquerda (BE) Madeira veio hoje a público manifestar o seu descontentamento, na sequência do anúncio, feito ontem por Miguel Albuquerque, de que o Funchal terá um novo túnel que vai ligar a Ajuda e São Gonçalo.

Novo Túnel entre a Ajuda e São Gonçalo

À margem da apresentação do projecto imobiliário 'Dubai na Madeira, que decorre no Savoy Palace, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, anunciou a criação de um novo túnel que vai ligar a Ajuda e São Gonçalo, com saídas em todos os acessos horizontais e com uma variante para a nova área do Hospital Universitário.

"O Bloco de Esquerda considera inaceitável que, numa altura em que milhares de madeirenses e porto-santenses passam sérias dificuldades para suportar o brutal aumento do custo de vida, o presidente do Governo Regional anuncie um túnel megalómano que vai fazer disparar ainda mais a dívida da Região e que vai custar, nas suas palavras, 'uns milhões de euros'", lamenta o partido em nota remetida à imprensa.

Os bloquistas argumentam que o líder do executivo madeirense "aparentemente, não faz qualquer ideia de quanto irá custar um projecto que está a anunciar já para 2023, e nem está preocupado com isso".

"Para o PSD-M, a dívida pública da Região é um saco sem fundo ao sabor dos seus desvarios e da sua clientela", frisa o Bloco acusando o Governo de falta de responsabilidade na gestão dos dinheiros públicos.

"No entanto, [o Governo Regional] recusa-se a baixar o IVA e, com isso, reduzir os preços que pagamos pela electricidade, pelos bens alimentares ou pelo gás. Recusa-se a baixar o IVA com o argumento de perda de receita, mas não hesita em endividar cada vez mais todas e todos os madeirenses e porto-santenses", contrapõe o BE, questionando ainda "quanto este governo PSD/CDS tem vindo a aumentar a dívida da Madeira desde que tomou posse?"

"Temos um Governo Regional e um Presidente que vive numa espécie de bolha virtual e completamente alheado da realidade dos seus cidadãos, que opta por ignorar os seus problemas e cuja única receita é a mesma há quase 50 anos: betão e alcatrão. É urgente uma mudança de regime. É urgente novas políticas que apresentem soluções para os problemas reais da população, e que não condenem os madeirenses e porto-santenses ao eterno empobrecimento e a que tenham de emigrar", conclui a nota.