Comunidades Madeira

“Ensino da língua portuguesa é fundamental”, defende Rui Abreu

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Fotos Rui Silva / ASPRESS

“O ensino da língua portuguesa, nalguns países, é fundamental, é o mais importante”. A conclusão é do director regional das Comunidades e Cooperação Externa, Rui Abreu, manifestada na Mesa Redonda que se realiza no âmbito do Fórum Madeira Global 2022, a reunião magna das Comunidades Madeirenses, a decorrer no Centro de Congressos da Madeira.

Para o governante regional “o ensino da língua portuguesa é fundamental”, preocupado com gerações de luso-descendentes que não falam a língua de Camões. “Preocupa-me muito as coisas que vejo”, admitiu Rui Abreu, referindo-se aos contactos feitos junto das comunidades. Exemplo disso, o filho do emigrante que não sabe falar português, e por isso, não vai se importar com Portugal ou com a Madeira. Em jeito de recado ao Governo da República, assegura que esta questão do ensino do português além-fronteiras é sobretudo uma “questão de vontade” e não tanto de dinheiro.

Na Mesa Redonda sobre ‘O Futuro das Comunidades’, o tema em debate este ano,

Apesar da apreensão, está confiante que “nós vamos continuar a fazer História”, porque a Madeira é muito mais que um pontinho no Atlântico. “Hoje a Madeira tem uma dimensão mundial” graças à emigração pelos quatro cantos do mundo.

A emigração, quer por necessidade, quer por opção, são aspectos abordados na Mesa Redonda.

Os entraves nas equivalências, com o exemplo da facilidade que é dada aos migrantes ucranianos, em oposição às dificuldades que são colocadas aos luso-descendentes, motivou farpa de Rui Abreu à Secretaria de Estado das Comunidades.

A emigração, quer por necessidade, quer por opção, são aspectos abordados na Mesa Redonda.

Filipe Santos, director do Centro de Estudos de História do Atlântico, outro dos oradores, lembrou que “a emigração do madeirense é precoce”. Por sua vez Alberto Viveiros, dirigente associativo, um luso descendente, destacou o trabalho associativo realizado na Venezuela como forma do perpetuar dos “costumes e cultura” madeirense nas gerações.

Cristina Andrade Correia, consultora Financeira no Reino Unido, abordou outra realidade da emigração. A emigração por opção. Foi o seu caso. Emigrou pelas “novas oportunidades em termos de trabalho” na expectativa de “enriquecimento em termos de carreira”.

Reconheceu que o “emigrante muitas vezes é subestimado” e que ainda persiste “pequeno estigma que tem de ser lutado e deitado abaixo”. Apesar dos reparos, “quero acreditar que Portugal ruma para uma melhoria”, disse.

Rigo 23, o madeirense que é artista plástico, muralista e pintor a residir em São Francisco, EUA, é outro dos oradores da Mesa Redonda.

Deixou claro que a opção de emigrar para os ‘states’ foi por opção, ou seja, “nunca foi uma desistência da Madeira”. Este emigrante considera ter sido “privilegiado por ter sido motivado pela curiosidade”.