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Defesa quer "reestruturação profunda" do sistema social das Forças Armadas

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A ministra da Defesa disse hoje em Torres Vedras que pretende alterar o modelo de gestão do sistema de Assistência na Doença aos Militares (ADM) das Forças Armadas para o tornar mais sustentável.

"Temos de pensar o modelo de gestão da ADM, que é uma das responsabilidades do IASFA [Instituto de Ação Social das Forças Armadas], para o tornar mais sustentável para o futuro. É esse talvez um dos maiores desafios que temos em mãos", afirmou Helena Carreiras à agência Lusa, à margem das comemorações do Dia do IASFA, que decorreu no Centro de Apoio Social de Runa, em Torres Vedras, no distrito de Lisboa.

"Será uma reestruturação profunda, que vai ter de envolver outras áreas governamentais, para tentarmos encontrar a melhor solução para um problema que tende a ser estrutural e que merece a nossa atenção num quadro mais amplo da relação com a ADSE", sublinhou, depois de terem ficado resolvidos grande parte dos problemas financeiros do instituto.

A governante explicou que essa reestruturação terá de ser efetuada no âmbito do plano estratégico do IASFA, do orçamento para 2023 e durante a atual legislatura.

A ministra da Defesa disse ainda que falta resolver o problema das dívidas do IASFA ao Hospital das Forças Armadas, estimada em 18 milhões de euros, segundo o presidente do conselho executivo do instituto, Fernando Serafino, sendo essa também uma prioridade.

O presidente do IASFA reclamou investimentos na ADM, para "dar mais sustentabilidade ao sistema", e na modernização das infraestruturas de telecomunicações.

Segundo o tenente-general, o IASFA e o seu subsistema de saúde terão de ser melhorados "indo ao encontro dos mais jovens, que vão ter pensões de reforma inferiores àquelas que hoje existem e isso tem de ser acautelado".

"Há medidas que têm de ser ponderadas e tomadas com vista a encontrarmos uma solução duradoura para o equilíbrio do subsistema", acrescentou.

Nos últimos três anos, foi regularizada a dívida do IASFA a fornecedores, 66 milhões de euros, a prestadores privados de saúde com os quais a ADM tinha convenção e pequenos fornecedores, o que contribuiu também para reduzir o prazo médio de pagamentos, que chegou a ser de "quase um ano", referiu.

"Foi muitíssimo importante o saneamento financeiro do IASFA em 2019 e esse facto tem consequências e efeitos na credibilidade do próprio instituto, na relação com os fornecedores e creio que dá espaço para puderem enfrentar problemas que continuamos a ter de resolver com uma estabilidade maior", reconheceu a ministra.

Nos últimos três anos, foram também implementadas medidas do lado da contenção da despesa e do aumento da receita com vista ao reequilíbrio financeiro do IASFA.

Na cerimónia, a ministra da Defesa anunciou que o cartão da ADM é um dos que passou a estar disponível na aplicação para telemóvel do Estado.