Madeira

É urgente "pensar juntos" o projecto educativo para a multiplicidade de futuros

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Está a decorrer, no Museu da Imprensa da Madeira, o VIII Seminário da Educação de Câmara de Lobos subordinado ao tema da 'Pedagogia das Emoções – Visões Práticas para a Educação', que se prolongará até este sábado, com uma série de workshops dedicados à temática da pedagogia das emoções.

O evento arrancou esta manhã com a comunicação de João Casanova que lançou um desafio para uma escola mais positiva, instando a sociedade a olhar com mais positividade a escola e a relação entre os alunos e docentes. Também deu enfoque ao facto de os alunos não vivenciarem da mesma maneira a sala de aula, pelo que urge que o ensino tenha em atenção o princípio da equidade.

Relativamente, à intervenção de Rodrigo Melo, o professor apelou a um maior reconhecimento da dimensão espiritual do aluno nas escolas, para a concepção de um novo modelo de ensino que reconheça e aplique uma pedagogia das emoções.

No segundo painel, tivemos as prelecções do pedopsiquiatra Pedro Caldeira da Silva e do neuropediatra Luís Borges. O foco de Pedro Caldeira da Silva foi exactamente na criança, desafiando a pensar que estas passam muito tempo na escola, onde a família é substituída pela escola. Que se deve dar valor às emoções negativas, às crianças difíceis, pois são essas as mais potenciadoras de evolução. Pois o Professor deve de ser estupidamente positivo ao trabalhar com as crianças. As crianças não são boas nem más, seguem modelos dos adultos, até do próprio professor. Também a escola deve dar valor ao tédio para o fomento da criatividade e que o erro deve ser valorizado e  incentivado. Pois, é no erro que está a aprendizagem. Universidade Aberta

Luís Borges, por fim, referiu que o mais difícil do dia-a-dia são as relações sociais. O stress impede a aprendizagem e o ensino, tornando a relação entre professor e aluno disruptiva. É importante compreender o processo de crescimento dos alunos, para assim terem asas para voar.

Na parte da tarde, iniciou o painel, Filipe Zamana que referiu que os professores são a linha da frente na construção do futuro, e estes professores construtores de futuro acreditam na educação como matéria-prima para o progresso e inovação, que cultiva e reconhece que as mentes questionadoras nos seus alunos, são o seu bem mais precioso.

Terminou, este painel o professor Miguel Santos Guerra que abordou a temática da avaliação da aprendizagem dentro do contexto das emoções, incentivando para que se compreenda os principais problemas, institucionais e pessoais, que dificultam um melhoramento da avaliação.

Encerrou este primeiro dia, o professor Sampaio da Nóvoa que nos trouxe a urgência de pensar juntos o projecto educativo para a multiplicidade de futuros. Mais importante que as leis, os governantes devem dar condições e meios à escola para cumprir os futuros da educação. É necessário acreditar nos docentes, para dar liberdade à escola para se experimentar e exprimir.

Citou por fim o pedagogo e filósofo Alain sobre o trabalho do professor: “O trabalho de um professor é fazer com que os alunos se agradem, no fim, com aquilo que, no princípio, não lhes agradava nada.” É necessário assim que o professor possa despertar os sentimentos aos alunos.