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Augusto Santos Silva vai estar nas comemorações no bicentenário da independência do Brasil

Foto MANUEL DE ALMEIDA/LUSA
Foto MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, afirmou à Lusa que, assim como o Presidente da República, vai estar no Brasil para as comemorações do bicentenário da independência.

"O Presidente da República já tornou público que aceitou o convite e eu comuniquei hoje ao presidente do senado que também teria muito gosto em estar presente" na sessão solene no dia 08 de setembro, no Congresso brasileiro, para assinalar os dois séculos da independência do Brasil, disse à Lusa Augusto Santos Silva, à margem das comemorações do Dia Mundial da Língua Portuguesa, na embaixada de Portugal em Brasília, na quinta-feira.

O presidente da Assembleia da República acrescentou que o presidente do Senado Federal do Brasil, Rodrigo Pacheco, convidou o parlamento português para se associar "a essas comemorações do duplo centenário".

"Teremos uma dimensão parlamentar das nossas próprias comemorações", frisou o responsável português, na primeira visita oficial ao estrangeiro enquanto presidente da Assembleia da República.

Augusto Santos Silva sublinhou também a peculiaridade do convite: "pode haver, mas eu não conheço, outro caso de um país que esteja a celebrar a sua independência convidando formalmente para se associar a celebração dessa independência o país de que se tornou independente".

Esta efeméride, não é só, na opinião de Santos Silva, um momento para lembrar o passado, mas também para assinalar o presente.

"Um novo Portugal que é preciso se dar a conhecer no Brasil, novas plataformas luso-brasileiras que é preciso ressaltar" como o jato multimissão KC-390 Millennium desenvolvido por empresas dos dois países, a EDP, que é "uma das grandes empresas de energia renovável no Brasil", entre outras, disse.

Há também a vertente da mobilidade humana, disse o político, lembrando que o Brasil já retificou o acordo de mobilidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), assim como Portugal, o que simplificará as autorizações para trabalhar e estudar nos dois países.

Da parte da manhã, o presidente da Assembleia da República manteve um encontro com o presidente da Câmara dos Representantes do Brasil, deputado Arthur Lira, seguindo-se a inauguração da exposição "A bagagem do viajante".

Já à tarde, encontrou-se com o presidente do Senado Federal do Brasil, senador Rodrigo Pacheco, e depois assistiu ao concerto do grupo "Reco do Bandolim e Choro Livre", terminando o dia com uma conversa com Pilar Del Río e Carlos Reis, a propósito da celebração do centenário do escritor José Saramago.

"É saboroso porque é uma espécie de três em um", comentou, numa referência às comemorações do Dia Mundial da Língua Portuguesa, ao bicentenário da independência do Brasil e ao primeiro centenário da primeira travessia aérea do Atlântico sul por Gago Coutinho e Sacadura Cabral.

Augusto Santos Silva sublinhou a força do português, "que se está a acentuar de ano para ano, visto que estudos das Nações Unidas sugerem que, juntamente com o árabe, a língua portuguesa é a língua materna que mais cresce".

"Até se espera que ultrapasse os 500 milhões no fim deste século", frisou.

Hoje, Santos Silva visita em Curitiba, no sul do país, o Museu do Holocausto, e assiste à inauguração da cátedra José Saramago, na Universidade Federal do Paraná.

Para sábado, último dia desta visita oficial, o presidente da Assembleia da República vai participar num evento comemorativo do Dia Mundial da Língua Portuguesa no Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, onde assiste a uma apresentação teatral pela companhia Pia Fraus.