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FMI prevê inflação de 500% na Venezuela e recessão em 2022

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a Venezuela continue a ter uma das inflações mais elevadas do mundo em 2022 e 2023, com o índice de preços anuais a subir até 500%, em clima de recessão.

Os dados do FMI dão conta que a variação do PIB venezuelano foi de -30% em 2020, -1,5% em 2021, sendo a mais recente previsão para 2022 de outros 1,5% de quebra.

Segundo o economista venezuelano Hermes A. Pérez, "o abrandamento (desde finais de 2021) observado nos preços, na Venezuela, não se deve a um plano coerente de ajustamentos para reduzir os preços, mas é o resultado de medidas isoladas que não atacam o cerne do problema".

"Serão necessários anos para resolver o desastre económico que começou em 2012 e que gerou uma crise humanitária e um êxodo sem precedentes. Até agora, não foram tomadas quaisquer medidas para encontrar uma solução definitiva para os problemas económicos do país", concluiu.

A Venezuela registou oficialmente uma taxa de inflação de 1,4% em março, o valor mais baixo desde 2012, mas o Observatório Venezuela de Finanças (OVF) diz ter registado uma subida de preços de 17,8% no mesmo mês.

Em janeiro, o Banco Central da Venezuela anunciou que o país tinha saído oficialmente, em dezembro, da hiperinflação em que se encontrava desde novembro de 2017, ao registar em média menos de 50% de inflação durante 12 meses consecutivos.

Para Pérez, as previsões do FMI indicam que "pelo oitavo ano consecutivo, regista-se uma redução da atividade económica venezuelana, que se contraiu 87% entre 2013 e 2021".

O PIB da Venezuela situa-se agora na 13.ª posição na região, disse o economista aos jornalistas, sublinhando que o país chegou a ser a 4.ª maior economia da América Latina, imediatamente depois do Brasil, México e Argentina.

"Ao nível do PIB per capita, os números não são encorajadores. Depois de ter sido o país mais rico da região durante muitos anos, a Venezuela caiu para o último lugar em 2021, mesmo abaixo do Haiti. Em 2022, prevê-se uma recuperação, mas estaremos longe da média regional", explicou.

Por outro lado, em matéria orçamental o país "registou enormes défices", que variaram entre -10% e -23% do PIB, "apesar dos elevados preços do petróleo entre 2012 e 2017".