Madeira

Madeira e Açores são garante de que o CDS-PP "não morreu"

Miguel Mattos Chaves admite "erros", mas lembra que partido mantém representação na vice-presidência do Governo dos Açores e na presidência da Assembleia Regional da Madeira

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Foto Lusa

O candidato à liderança do CDS-PP Miguel Mattos Chaves defendeu hoje, à chegada ao 29.º Congresso do partido, que este representará a "refundação" do partido mais do que a "ressurreição".

"Cometemos desde 2011 vários erros em termos ideológicos e em termos de mensagem ao eleitorado, resulta que com isso afastamos bastante do nosso eleitorado em favor de outros partidos ou da abstenção", considerou, frisando que "o partido não morreu".

A propósito, Miguel Mattos Chaves sublinhou que o CDS-PP tem a vice-presidência do Governo Regional do Açores, a presidência da Assembleia Regional da Madeira - liderada por José Manuel Rodrigues - e cerca de 1.400 autarcas.

Na Madeira está ainda representado no Governo Regional (em coligação com o PSD), através do secretário regional da Economia, Rui Barreto, e do secretário Regional de Mar e Pescas, Teófilo Cunha.

Já Nuno Melo, que foi hoje recebido com palmas no exterior do Pavilhão Multiusos de Guimarães, afirmou que vem para "construir pontes" e não "escavar trincheiras".

"Eu quero construir pontes. Acho que temos que dar um sinal ao país e não venho aqui escavar ainda mais trincheiras, conto realmente com todas as pessoas que tenham disponibilidade, talento e que estejam de boa-fé", afirmou o único eurodeputado eleito pelo CDS-PP.

Nuno Melo sublinhou que o que o motiva é "para o futuro e para fora" e não "para dentro e em ajuste de contas".

Questionado se ficaria surpreendido se o ex-líder Manuel Monteiro apresentasse uma candidatura à liderança, Nuno Melo admitiu que sim: "Eu diria talvez que sim, dadas as circunstâncias, diria que sim".

"Eu tenho consideração pelo professor Manuel Monteiro e o facto de ele vir é, para mim, um sinal importante em relação ao futuro do partido. O que me interessa é perceber que quando o partido vive um momento tão mau muitas pessoas com responsabilidades passadas e responsabilidades presentes vêm cá e dão esse sinal para fora, isso é que me interessa", referiu.

Para Nuno Melo, o "sinal mais importante" é o facto de as pessoas quererem "resgatar o CDS-PP".

Perante as circunstâncias, o centrista mostrou-se disponível para "falar com todos" e assinalou que "dá a cara" pela sua moção de estratégia que não é "uma barriga de aluguer".

"Uma coisa eu digo, a minha moção não é uma barriga de aluguer, eu sou o primeiro subscritor da minha moção, dou a cara por ela e vou a votos por ela. Tudo em cima da mesa às claras e sem truques", sustentou.

O 29.º Congresso do CDS-PP reúne-se até domingo em Guimarães (distrito de Braga) para eleger o próximo presidente do partido.