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Número de casos e mortes em África é o mais baixo desde o início da pandemia

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O número de casos de covid-19 e de mortes provocadas pelo novo coronavírus em África caiu para os níveis mais baixos desde o início da pandemia, marcando o seu declínio mais longo, anunciou esta quinta-feira a Organização Mundial da Saúde.

Através de uma declaração após o briefing semanal sobre a pandemia, a OMS disse que as infeções provocadas pela variante Ómicron tinham "baixado" de um pico de mais de 308.000 casos semanais para menos de 20.000 na semana passada.

Na semana passada, os casos e as mortes diminuíram 29% e 37%, respetivamente, com os casos mortais a descerem para os 239.

"Este baixo nível de infeção não se observa desde abril de 2020, nas fases iniciais da pandemia em África", disse a OMS, observando que nenhum país da região está atualmente a assistir a um aumento de casos de covid-19.

A agência advertiu, contudo, que com a aproximação do inverno para os países do hemisfério sul, "há um elevado risco de outra onda de novas infeções".

Este coronavírus espalha-se mais facilmente em temperaturas mais frias, quando aumenta a probabilidade de as pessoas se juntarem, em maior número, dentro de casa.

"Com o vírus ainda a circular, o risco de novas e potencialmente mais mortíferas variantes emergentes permanece, e as medidas de controlo da pandemia são fundamentais para uma resposta eficaz a um surto de infeções", disse a diretora da OMS para África, Matshidiso Moeti.

No início desta semana, a OMS disse que cientistas no Botsuana e na África do Sul detetaram novas formas da variante Ómicron, rotulada como BA.4 e BA.5, sobre as quais ainda não há certezas sobre o seu grau de transmissibilidade.

Até à data, as novas versões da Ómicron foram detetadas em quatro pessoas no Botsuana e em 23 pessoas na África do Sul. Além de África, cientistas confirmaram casos na Bélgica, Dinamarca, Alemanha e Reino Unido.

A OMS afirmou não haver até agora provas de que as novas sub-variantes se tenham espalhado de forma diferente da variante original da Ómicron.

Apesar dos repetidos avisos do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreysus, de que o novo coronavírus devastaria a África, o continente tem estado entre os menos afetados pela pandemia.

Numa análise divulgada na semana passada, a OMS estimou que até 65% das pessoas em África foram infetadas com o novo coronavírus e afirmou que, ao contrário de muitas outras regiões, a maioria das pessoas infetadas no continente não apresentava quaisquer sintomas.

Os cientistas da OMS e de outras regiões especularam que fatores como a população jovem de África, a menor incidência de doenças crónicas como doenças cardíacas e diabetes e o tempo mais quente podem ter ajudado a evitar uma onda maior de doenças.

Ainda assim, alguns países registaram aumentos significativos no número de mortes inexplicáveis, sugerindo que as autoridades estavam a ocultar numerosos casos de covid-19.