A Guerra Mundo

UE com planos para reduzir dependência energética e Itália corta para metade

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O ministro da Economia francês defendeu hoje que a Europa tem planos para reduzir a importação de gás russo, no mesmo dia em que Itália anunciou que vai cortar para metade a sua dependência energética.

A Europa tem "soluções para se tornar independente do gás russo", sublinhou hoje o ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, afirmando que espera acelerar estes planos.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

O governante, que se encontrava a realizar uma viagem à Normandia, em França, notou que a dependência de gás russo varia de Estado para Estado.

"França é em 20% dependente do fornecimento de gás russo, enquanto a média europeia é de 40%. A dependência da Alemanha é de 55% e alguns Estados são totalmente dependentes [...], como a Finlândia", apontou o ministro, que falava à margem de uma vista a uma unidade de produção de hidrogénio da Air Liquide.

Entre as soluções apresentadas, face ao conflito entre a Ucrânia e a Rússia, está o aumento do armazenamento de gás até 90% para enfrentar o inverno.

Le Maire defendeu ainda a compra de energia em grupo, de forma a "obter preços mais baixos", bem como a diversificação da oferta.

Por outro lado, o ministro pediu a melhoria da operação dos terminais de gás natural liquefeito (GNL) e a aposta em soluções alternativas, como a biomassa e o biogás.

"Estas soluções alternativas produzidas em França, permitirão a independência do gás russo", considerou.

Também hoje, o Governo italiano disse que reduziu para metade a sua dependência energética da Rússia, fixada em 43% até ao final da próxima primavera.

"A batalha que temos agora é pelo gás. A Europa importa cerca de 46% do seu gás da Rússia e a Itália aproximadamente 43%. É óbvio que, se houvesse uma interrupção, registar-se-iam consequências graves", referiu o ministro da Transição Ecológica, Roberto Cingolani.

Segundo este ministro, que falava aos jornalistas, o preço do gás é hoje "dez vezes mais alto do que há um ano", pesando assim na conta dos consumidores.

A Itália importa, atualmente, cerca de 29.000 milhões de metros cúbicos de gás da Rússia, sendo que 15.000 milhões vão ser substituídos até ao final da primavera, disse o governante.

O secretário do Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou hoje que os países da União Europeia (UE) devem reduzir a sua dependência energética da Rússia, acrescentando que esta é "uma arma" para Moscovo na guerra contra a Ucrânia.

"É imperativo que finalmente haja um movimento no sentido de reduzir essa dependência", constatou Blinken, que falava em Talin, capital da Estónia.

Antony Blinken garantiu que o fornecimento de energia aos países europeus foi um dos temas em cima da mesa, durante a conversa realizada, esta segunda-feira, entre os presidentes dos EUA, Joe Biden, e de França, Emmanuel Macron, o chanceler alemão, Olaf Scholz e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

O secretário de Estado norte-americano pediu também o respeito pela paz e o fim da "guerra de agressão" contra a Ucrânia.

A Comissão Europeia vai apresentar, até abril, uma proposta legislativa para exigir que a armazenagem subterrânea de gás na União Europeia (UE) esteja pelo menos 90% preenchida até outubro de cada ano, para evitar problemas de fornecimento.

Em informação divulgada à imprensa, Bruxelas anunciou ainda a aposta no GNL e nas energias renováveis, estimando reduzir, até ao final do ano, dois terços e importações de gás russo.