Boa Noite

Já há governo e amuos

Marcelo queria ser o ‘speaker’ de serviço, mas a ‘voz off’ das fontes trocou-lhe as voltas

Boa noite!

O País tem finalmente Governo, mesmo que alguns dos primeiros comentários ignorem o contexto, o de ser suportado por uma maioria absoluta, o que se compreende, pois as legislativas foram há quase dois meses! Agora que  se relativize o talento da cientista Elvira Fortunato e os méritos de António Costa Silva, ou menospreze a interessante novidade, o de ser primeiro executivo da história portuguesa com mais mulheres do que homens, é deveras estranho.

Mais ridícula foi a tentativa de esvaziar o momento solene do anúncio da constituição da equipa com uma encenação irrelevante, motivada pelas habituais fugas de informação. Marcelo Rebelo de Sousa amuou por não ter brilhado à conta do anúncio formal do Governo da República. Queria ser o ‘speaker’ de serviço mas a ‘voz off’ das fontes trocou-lhe as voltas. Caro Presidente, fica-lhe mal o enfado de “saber pela comunicação social", sobretudo vindo de quem vem, habituado a usar  expediente semelhante.

Sem surpresa, não há madeirenses entre os 17 Ministros, escolhidos por António Costa. Mas devia haver? Sobre essa narrativa já contei o que me ia na alma a 13 de Março. Mas pelo que reli do que disse o novo Ministro da Economia e do Mar nas nossas ‘500 maiores’ de 2020, a Região tem, no mínimo, um aliado na República. O pai do PRR, que nos despertou para a necessidade de termos “políticas públicas sábias” e não um eleitoralismo selvagem, deixou-nos então um rumo para que não voltemos a ignorar a nossa dimensão marítima num “dos sítios mais indicados para estudar esta interacção entre o oceano e a atmosfera, entre a terra e o ar”, sendo certo que “a descoberta destes mecanismos é algo que vale biliões e biliões de dólares”. Perante uma estratégia evidente, dá dó ver gente de vistas curtas sentada no rochedo a considerar que a integração do Mar na Economia é uma desilusão.

Prefiro recordar a primeira mulher secretária de Estado norte-americana, Madeleine Albright que morreu hoje e que talvez por ter sido refugiada, tinha elevada sensibilidade para os direitos dos povos de cada lugar e acérrima defensora da autodeterminação do povo de Timor Leste.