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Teerão diz existirem "dois assuntos" por resolver com os EUA

Foto: EPA
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O acordo sobre o nuclear iraniano entre Teerão e as grandes potências ainda está dependente de "dois assuntos" que faltam resolver com os Estados Unidos, declarou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir-Abdollahian.

Em Viena decorrem conversações cruciais para reativar o acordo de 2015, concluído pelo Irão com os Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha.

Em 11 de março, a União Europeia (UE), que coordena o processo de negociação, anunciou uma pausa nas conversações.

"Tínhamos quatro assuntos entre as nossas linhas vermelhas", disse o ministro, citado pela agência noticiosa estatal Irna. "Dois assuntos estão praticamente solucionados" e "dois outros permanecem em discussão, incluindo uma garantia económica".

O ministro não precisou qual o segundo tema ainda sem acordo.

"Se a parte americana responder favoravelmente hoje aos nossos últimos pedidos, estamos dispostos a viajar para Viena amanhã", acrescentou.

O acordo de 2015 destina-se a impedir o Irão de possuir a bomba atómica, uma intenção sempre negada pelo país do Médio Oriente, mas permitindo a utilização do nuclear para fins civis.

Na ocasião, permitiu o levantamento de diversas nações económicas internacionais impostas a Teerão, em troca de estritos limites fixados ao seu programa nuclear.

Os Estados Unidos retiraram-se do acordo em 2018 durante a presidência de Donald Trump e reimpuseram as medidas punitivas que asfixiam a economia iraniana. Em resposta, Teerão decidiu ultrapassar as restrições sobre as suas atividades nucleares.

Após ser eleito para a Casa Branca, o democrata Joe Biden anunciou pretender um regresso ao acordo, mas as negociações indiretas registaram diversas dificuldades.

Hoje, a França apelou a todas as partes envolvidas que concluam o açodo após as garantias fornecidas à Rússia sobre a sua cooperação com o Irão.

Na terça-feira, Moscovo anunciou ter recebido de Washington a garantia de que as pesadas sanções impostas na sequência da invasão da Ucrânia não vão comprometer a sua relação com Teerão, no que foi entendido como a ultrapassagem de um obstáculo decisivo para o relançamento do acordo.