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Catarina Martins assume que BE "não foi capaz de comunicar" razões do chumbo do OE

Foto MIGUEL A. LOPES/LUSA
Foto MIGUEL A. LOPES/LUSA

A coordenadora bloquista, Catarina Martins, reconheceu hoje que o BE "não foi capaz de comunicar as razões profundas do chumbo do Orçamento do Estado (OE)", assumindo a "derrota pesada" nas legislativas de domingo.

A Mesa Nacional do Bloco de Esquerda (BE) reuniu-se hoje para analisar os resultados eleitorais das legislativas de domingo, tendo no final deste encontro Catarina Martins afirmado aos jornalistas que o partido que lidera "teve uma derrota eleitoral pesada" e que o órgão máximo bloquista entre convenções esteve "a analisar as causas desse caminho" e o que deve fazer agora.

"O Bloco de Esquerda reconhece que não foi capaz de comunicar as razões profundas do chumbo do Orçamento do Estado", assumiu.

De acordo com Catarina Martins, quando a "Mesa Nacional do BE decidiu os chumbos dos orçamentos do Estado tinha consciência dos riscos eleitorais que comportava esta decisão", mas reiterou que os bloquistas não seriam "fiéis ao mandato" se capitulassem "perante exigências básicas de avanço" do país.

"Essa decisão foi muito difícil de explicar num cenário de absoluta chantagem do PS. Na campanha aconteceu também um fenómeno artificial - sabemos hoje - de bipolarização em que cavou muito medo à esquerda de um Governo do PSD que pudesse ser suportado na direita mais radicalizada, nomeadamente no Chega", acrescentou.

Esse medo, de acordo com a líder do BE, "levou a um grande voto útil da esquerda no PS, tendo causado uma perda eleitoral maior do que a Mesa Nacional tinha previsto ou tinha ponderado nestas eleições".

"O Bloco de Esquerda contribuiu para isso porque acreditámos naquilo que os estudos nos diziam e direcionámos a nossa campanha também para o combate à direita porque nos pareceu que era prioritário neste momento", assumiu ainda.

O BE teve nas legislativas de domingo o pior resultado dos últimos 20 anos, falhando os objetivos a que se propôs, perdendo metade dos votos e ficando reduzido a cinco deputados.