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Estados Unidos atingem os 900.000 mortos por covid-19

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Os Estados Unidos atingiram na sexta-feira os 900.000 mortos por covid-19, face ao elevado contágio da Ómicron, no dia em que o Presidente norte-americano, Joe Biden, celebrou uma "diminuição drástica" de infeções no país, nas últimas semanas.

O marco acontece ao 13.º mês de campanha de vacinação, que tem sido assolada por desinformação e conflitos políticos e legais, embora as inoculações se tenham revelado seguras e eficazes na prevenção de doenças graves ou morte.

"É um número astronomicamente alto. Se tivesse dito à maioria dos americanos há dois anos, enquanto a pandemia estava para a acontecer, que 900.000 morreriam nos próximos anos, acho que a maioria das pessoas não acreditaria", disse o médico e reitor da Brown University School of Public Health, Ashish K. Jha.

Ashish K. Jha lamentou que a maioria das mortes tenha acontecido depois de a vacina ter sido autorizada.

"Acertámos na ciência médica. Falhámos na ciência social. Falhámos em como ajudar as pessoas serem vacinadas, a combater a desinformação, não politizar isso. Esses são os lugares onde falhámos como América", observou.

O académico prevê que os Estados Unidos atingem um milhão de mortes até abril.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, celebrou sexta-feira uma "diminuição drástica" de infeções por covid-19 no país, nas últimas semanas, embora os casos continuem a ser altos em comparação com outros momentos da pandemia.

"A crise da covid-19 foi cortada pela metade em apenas três semanas. Ainda há muitos casos e precisamos de estar vigilantes. Mas sejamos claros, este é uma diminuição drástica", disse Biden num discurso sobre os dados do emprego na Casa Branca, em Washington.

A média semanal de novos casos nos Estados Unidos caiu de quase 790.000 em 12 de janeiro para cerca de 378.000 na última quarta-feira, de acordo com as informações mais recentes do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).

A queda de infeções está a ser registada em praticamente todos os estados e, em alguns -- como Nova Iorque e Maryland --, é superior a 70% nas últimas duas semanas, segundo a contagem do jornal "The New York Times".

No entanto, os casos ainda são muito maiores no país do que antes da chegada da variante Ómicron: no início de dezembro, a média semanal de novas infeções era de cerca de 100.000.

No pico anterior, em janeiro de 2021, essa média não passava dos 250.000, segundo o CDC.

Os internamentos hospitalares também estão a cair, embora permaneçam num dos níveis mais altos de toda a pandemia, com uma média semanal de cerca de 133 mil, indica o "The New York Times".

A tendência atual de morte é de alta: a média semanal é de 2.400, o dobro do número em meados de dezembro, de acordo com o CDC.

O surto preocupa os especialistas, porque é muito mais vincado do que noutros países desenvolvidos.

Os norte-americanos estão agora a morrer de covid-19 -- a uma taxa diária -- quase o dobro dos britânicos e quatro vezes dos alemães, sustenta o "The New York Times".

No Reino Unido e na Alemanha há mais cidadãos vacinados e com doses de reforço do que nos Estados Unidos, onde apenas 64% da população é imunizada com duas doses e apenas 42% daqueles que poderiam receber uma terceira dose o fizeram, segundo o CDC.