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Human Rights Watch pede informações sobre detidos do EI envolvidos em motim

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Foto EPA/AHMED MARDNLI

A Human Rights Watch (WRH) exigiu hoje às forças curdas da Síria informações sobre os detidos do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI), 700 deles menores, que estavam detidos numa prisão síria onde ocorreu um mortífero motim em janeiro.

"O mundo ainda não sabe quantos estão vivos ou mortos, as autoridades penitenciárias no nordeste da Síria devem terminar com o seu silêncio sobre o destino dos detidos, incluindo centenas de crianças que foram vítimas do EI", indicou a diretora de Crises e Conflitos na HRW, Letta Tayler, num comunicado da organização não-governamental de direitos humanos (ONG).

Entre 20 e 30 de janeiro, as Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança militar liderada pelos curdos, enfrentaram uma rebelião na prisão de Geweran, na província de Al-Hasaka, onde os pelo menos 4.000 reclusos receberam ajuda de 'jihadistas' em liberdade que fizeram explodir um carro armadilhado nas imediações e tomaram posições em habitações civis das proximidades.

Após retomar o controlo da prisão, as FSD anunciaram a morte de 495 pessoas, a maioria 'jihadistas', mas não esclareceram a situação dos menores vinculados ao EI que, segundo a sua versão, foram utilizados pelos prisioneiros adultos como escudos humanos durante os confrontos.

Um detido de origem canadiana disse à HRW que "dezenas" de crianças foram mortas durante o motim, enquanto um adolescente australiano se referiu a pelo menos 15 menores abatidos, e assegurou que ele próprio foi alvo de um ataque aéreo de um helicóptero, indica o texto.

A ONG apelou ainda às FSD que permitam "de forma imediata" que os detidos sejam visitados por organizações humanitárias internacionais e que recebam "cuidados essenciais".

Durante os confrontos, a aliança liderada pelos curdos sírios, responsável pela segurança da zona, reiterou que por recomendação da ONU os menores de Geweran permaneciam em dormitórios separados dos adultos e que tinham facilitado o acesso a "todas" as agências humanitárias com capacidade para os apoiarem na sua "reabilitação".

A Human Rights Watch também acusou "as Nações Unidas e a maioria dos seus Estados-membros" de ignorarem as suas "obrigações legais e morais" com os seus cidadãos detidos no nordeste da Síria, onde as autoridades curdo-sírias têm a cargo cerca de 45.000 pessoas, muitas delas estrangeiras, vinculadas com o EI desde a anunciada derrota do grupo 'jihadista' há três anos.