A Guerra Mundo

Bruxelas recolhe assistência médica de países da UE após pedido urgente de Kiev

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A Comissão Europeia disse hoje ter recebido um "pedido urgente" apresentado pela Ucrânia para assistência médica, apelando à cooperação dos Estados-membros da União Europeia (UE) para envio de artigos para o país invadido pela Rússia.

"Após a invasão russa completamente injustificada de hoje, a Ucrânia apresentou um pedido urgente de artigos de ajuda médica através do Mecanismo de Proteção Civil da UE", anunciou o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic.

Numa publicação feita na rede social Twitter depois de Moscovo ter ordenado uma operação militar em grande escala na Ucrânia, que arrancou hoje de madrugada, Janez Lenarcic apelou "a todos os Estados-membros da UE e aos Estados participantes [neste Mecanismo de Proteção Civil da UE] que respondam imediatamente com ofertas de assistência".

"O tempo para ajudar é agora", vincou Janez Lenarcic.

Criado em 2001, para fomentar a cooperação entre autoridades nacionais de proteção civil da Europa, o Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia já foi ativado mais de 300 vezes desde essa altura para responder a emergências.

O mecanismo reúne meios de resposta voluntária dos mais de 30 Estados participantes, podendo, como aliás já aconteceu durante a pandemia, ser ativado a pedido de um desses países para facilitar a partilha de artigos médicos.

Para o período financeiro 2021-2027, o Mecanismo de Proteção Civil foi dotado de cerca de 1,26 mil milhões de euros para responder a emergências.

Os chefes de Estado e de Governo da UE, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, discutirão hoje à noite, numa cimeira de urgência em Bruxelas, novas sanções à Rússia.

A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk", no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.

O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança das Nações Unidas.