Madeira

Amado apela ao "talento diplomático" de Albuquerque

Ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros recomenda envolvimento entre governos na defesa do CINM

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Dado o contexto, um maior envolvimento entre os governos Regional e da República é decisivo para o futuro do CINM. Uma convicção partilhada pelo ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, durante o debate sobre a ‘Zona Franca da Madeira como instrumento eficaz de internacionalização’, iniciativa da Sociedade de Desenvolvimento da Madeira que decorre em Lisboa.

Luís Amado que viu nascer o CINM “com grande entusiamo”, quando era deputado socialista no parlamento madeirense,  recomenda que Miguel Albuquerque tenha “algum talento diplomático para convencer” o executivo nacional  a manter vivo um “projecto  criativo que nasceu como regional mas que devia ter assumido com ambição como um projecto nacional”. “É fundamental que o Estado se envolva e que o Governo da República se envolva neste projecto”, refere, poi entende que  “o Governo Regional terá muita dificuldade, confrontado com a negociação europeia, sem um forte compromisso do Governo da República em relação ao projecto nacional”.

No debate moderado pelo Director do ECO, António Costa,  presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, lamentou os “ataques perversos” ao CINM no plano nacional. Tanto a professora de Direito Fiscal, Clotilde Celorico Palma, como o ex-Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Carlos Lobo, consideraram haver preconceitos, alguns dos quais ideológicos, em relação ao CINM, que por esse via  padece de “uma crise de confiança” quando o regime é regulado, seguro e transparente, ou seja, tem alto nível de certeza.

O fiscalista e docente universitário, Ricardo Palma Borges, considera ser “motivo de orgulho “que a Zona Franca da Madeira, nascida em 1980 como primeiro grande projecto de atractividade fiscal ainda persista “com grande estabilidade” e seja bem-sucedido. Isto apesar de todas “vicissitudes e tiros no pé”, referiu.

Apesar de não ser conspirativo, considera que a Madeira foi eleita como alvo pela comissão europeia, na questão dos postos de trabalho, que julga estar em contra-corrente com o Mundo em que vivemos em que a flexibilidade é dominante. “É preciso fazer pedagogia junto da comissão europeia”, assinala.