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Grupo armado ataca mina de rubi em Moçambique

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Um grupo armado desconhecido atacou na noite de quarta-feira as instalações de uma empresa de mineração de rubis no sul de Cabo Delgado e levou à evacuação de outra, anunciaram as autoridades e empresas.

O alvo foi a empresa Gemrock, em Namanhumbir, no distrito de Montepuez, onde foram destruídas casas e veículos, sem indicação de vítimas, referiu a polícia local citada pela Televisão de Moçambique (TVM).

As instalações ficam as 12 quilómetros de outra empresa, a Montepuez Rubi Mining (MRM) da multinacional Gemfields, que, entretanto, através de comunicado, anunciou a evacuação do espaço e suspensão de atividades.

"Um ataque atribuído à atividade insurgente foi relatado na mina de rubi vizinha pertencente à Gemrock", anunciou, acrescentando que "os detalhes do ataque estão a ser verificados".

"Como consequência, a MRM iniciou o processo de evacuação de colaboradores, operacionais e empreiteiros e, portanto, as operações de mineração no local cessaram", lê-se no documento.

O portal do Governo do Reino Unido (onde a Gemfields está sediada) emitiu um alerta na área dedicada a viagens, a recomendar que se evite a zona de Montepuez, no norte de Moçambique.

As autoridades não comentam a situação.

Outras empresas mineiras têm sido afetadas nos últimos cinco meses.

A confirmar-se a ligação à insurgência armada (que há cinco anos afeta o norte de Moçambique), este será o mais recente incidente de uma expansão de ataques para sul, à medida que uma ofensiva militar afasta a violência para longe dos projetos de gás.

No entanto, a população e as autoridades também têm detido residentes que se organizam sob a cobertura da insurgência para realizar assaltos na região.

De uma forma ou de outra, desde junho que a faixa sul de Moçambique, delimitada pelo rio Lúrio, perdeu a tranquilidade que a transformou em zona de acolhimento de deslocados da guerra na província.

Há cinco meses, desconhecidos com armas mataram dois seguranças da empresa mineira Grafex, que explora grafite no distrito de Ancuabe.

O incidente levou uma outra mineradora de grafite, a australiana Syrah, que opera em Balama, Montepuez, a suspender as operações logísticas - que seriam retomadas duas semanas depois.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.