Madeira

Número de trabalhadores diminuiu 12,5%, mas o ganho médio mensal aumentou 3,6% em 2020

Foto Arquivo/Aspress
Foto Arquivo/Aspress

De acordo com as estatísticas dos Quadros de Pessoal, em 2020 o número de trabalhadores na Região Autónoma da Madeira diminuiu 12,5%, enquanto o ganho médio mensal aumentou 3,6%, face a 2019. Os dados definitivos foram divulgados esta manhã pela Direcção Regional de Estatística (DREM).

"No âmbito desta operação estatística, em 2020, foram apurados 41,8 mil trabalhadores por conta de outrem (a tempo completo e com remuneração completa) nos estabelecimentos localizados na Região Autónoma da Madeira (RAM), correspondendo a um decréscimo de 12,5% face ao ano anterior", revela a DREM.

"A RAM seguiu assim a tendência nacional de decréscimo (-3,3%), mas a sua maior especialização no sector turístico - fortemente penalizado pela pandemia - determinou uma perda maior nos trabalhadores por conta de outrem, em todo o caso, temporária", acrescenta.

"Funchal (63,4%), Santa Cruz (10,9%), Câmara de Lobos (5,6%) e Machico (5,4%)" - totalizando 85 em cada 100 - foram os municípios que "concentravam maior número de trabalhadores por conta de outrem nos estabelecimentos", frisa. "No polo oposto encontravam-se os municípios da costa Norte da ilha da Madeira, mais concretamente Porto Moniz (0,5%), Santana (1,1%) e São Vicente (1,4%). Face a 2019, e em termos relativos, os municípios que apresentaram as maiores reduções naquele indicador foram Porto Moniz (-15,9%), Funchal (-15,3%), Calheta (-13,5%) e Porto Santo (-11,0%). O município de São Vicente foi o que registou o maior aumento, 6,3%".

Por sector de actividade, "considerando a distribuição dos trabalhadores por conta de outrem", a DREM observa que "o sector terciário foi naturalmente o que assumiu maior expressão, ocupando 76,2% do total do pessoal ao serviço em 2020, tendo apresentado uma redução de 16,5% face ao número de trabalhadores neste sector no ano transato. Comparativamente ao sector terciário, o sector secundário continua a revelar-se menos empregador (22,8% do total de trabalhadores), apesar de registar um acréscimo de 3,8% em relação a 2019. Por sua vez, o sector primário, com apenas 1,1% dos trabalhadores por conta de outrem, registou um decréscimo anual de 6,9%. Comparativamente a 2019, o peso do sector secundário aumentou 3,6 pontos percentuais (p.p.), enquanto o sector terciário apresentou uma redução de 3,6 p.p. e o sector primário um aumento de 0,1 p.p.", aponta.

Quanto ao "ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem apurado em 2020 situou-se nos 1.171,42€, valor superior ao do ano anterior (1.130,18€), o que corresponde a um aumento anual de 3,6%". E explica: "De notar que no conjunto das regiões NUTS II, a RAM é aquela que apresenta o segundo valor mais elevado, apenas atrás da Área Metropolitana de Lisboa (1.516,42€). No que respeita ao escalão de pessoal da empresa, destaca-se o aumento de 6,3% no ganho médio mensal dos trabalhadores de estabelecimentos pertencentes a empresas com 100-249 pessoas ao serviço. O grupo com 500 e mais pessoas é efetivamente aquele que aufere melhores remunerações (1.494,35€ em média), 27,6% acima da média regional. Ainda neste escalão é de realçar um aumento verificado no respetivo ganho médio mensal entre 2019 e 2020, de 6,2%. O escalão de pessoal 1-9 era aquele que oferecia ganhos inferiores (915,30€), embora tenha registado um acréscimo de 3,6% face a 2019".

Por sector de actividade, o "secundário era o que apresentava um ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem maior (1.206,18€), 3,0% acima da média regional. Os sectores terciário (1.164,77€) e primário (902,99€) apresentavam valores abaixo da referida média".