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Royal Mail vai despedir seis mil trabalhadores e culpa grevistas pela situação

Foto Justin TALLIS/AFP
Foto Justin TALLIS/AFP

A antiga empresa estatal de correios do Reino Unido - Royal Mail - anunciou hoje que vai despedir seis mil trabalhadores até agosto de 2023, responsabilizando as greves pelas perdas registadas na companhia. 

O comunicado emitido pela Internacional Distribution Services, empresa que detém a Royal Mail, indica que já começou a notificar os trabalhadores e que a medida tem como objetivo reduzir os efetivos a um total de dez mil pessoas. 

A Royal Mail refere igualmente que antecipa perdas anuais de 350 milhões de libras (404 milhões de euros). 

A empresa culpa os trabalhadores pelo "impacto direto" dos dias de greve assim como pelo decréscimo dos volumes enviados pelos correios. 

Os trabalhadores da Royal Mail começaram na quinta-feira mais uma paralisação pelo aumento dos salários e melhorias nas condições laborais. 

A greve de quinta-feira é a sexta paralisação dos últimos meses e a primeira de uma jornada de 19 paragens até ao Natal, segundo o sindicato do setor das Comunicações britânico (CWU). 

Simon Thompson, da administração da Royal Mail, afirmou que se trata de um dia "muito triste" referindo-se aos despedimentos previstos pela empresa. 

"Vamos fazer os possíveis para evitar despedimentos obrigatórios e vamos apoiar os afetados", disse. 

A empresa anunciou perdas de 219 milhões de libras (253 milhões de euros) correspondentes à primeira metade do ano fiscal acrescentando que "cada dia de greve debilita" a situação financeira da Royal Mail. 

"A decisão do sindicato de optar por greves que provocam danos aumenta o risco de fazer mais despedimentos", ameaçou Thompson.