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Turismo na Madeira em tempos de recuperação pós-pandemia: um exemplo a seguir

Não são novidade para ninguém as consequências que a pandemia trouxe para os diferentes setores de atividade, tendo o turismo sido um dos mais impactados pelas restrições impostas no seguimento da Covid-19. Uma das principais consequências sofridas foi, por exemplo, o fecho das fronteiras, que levou a uma queda substancial da faturação.

Dois anos depois, os tempos que vivemos são, ainda, de adaptação, de implementação de novas medidas e de mecanismos que permitem dar a melhor resposta possível aos desafios colocados neste período, e o setor do turismo na Madeira tem-se revelado um bom exemplo a seguir. Através da estratégia adotada pelas autoridades da região durante a pandemia, baseada em medidas muito rigorosas, a Madeira conquistou, junto dos mercados de turismo tradicionais, uma posição de destino seguro. Prova disso está no facto do mês de agosto de 2021 ter sido o melhor de sempre em termos turísticos – e as perspetivas são para que o Verão de 2022 bata recordes de faturação.

Tendo por base este contexto, é pertinente olhar para a Madeira enquanto polo estratégico e de extremo interesse para a atividade económica, no qual faz sentido investir, oferecendo soluções que permitam a contínua evolução das atividades, em especial do setor do turismo.

Temos, como exemplo, o reforço da disponibilização de soluções tecnológicas neste setor, que têm acompanhado as mudanças no comportamento do consumidor, que hoje se apresenta como cada vez mais adepto das tecnologias e preparado para aceitar novas formas de pagamento, desde a tecnologia contactless, ao smartphone e, até, aos dispositivos wearable. Além disso, a própria gestão das reservas turísticas é, cada vez mais, feita através do online. Por este motivo, é importante que o setor acompanhe as evoluções tecnológicas a par com as necessidades do mercado, que também se vão reajustando consoante o contexto em que vivemos.

No caso da Madeira, talvez possamos mesmo falar num “caso de sucesso”: de acordo com os dados apurados no relatório anual do REDUNIQ Insights, de 2021 para 2022 a região já registou um aumento de 281% na faturação estrangeira, a qual impacta maioritariamente o setor turístico. Adicionalmente, importa ter presente os últimos dados disponibilizados pela Organização Mundial do Turismo, que indicam que Portugal registou uma taxa de crescimento médio anual de 7,2% nas dormidas – um aumento de 37 milhões de dormidas em 2010 para 70 milhões de dormidas em 2019, o maior valor de que há registo.

Ainda que em 2020 o setor tenha sofrido com o impacto da pandemia, levando à aplicação de medidas restritivas, o certo é que ao longo de 2021 observou-se uma evolução e recuperação da atividade económica, nomeadamente no turismo em Portugal, com o país a entrar numa nova fase de crescimento e a obter, de acordo com o REDUNIQ Insights, uma faturação total de mais de 61% em comparação ao período homólogo, sendo que, em abril, já teria alcançado valores superiores a 2020. Os mais recentes dados divulgados pelo INE ajudam a corroborar esta realidade, nomeadamente no que toca ao crescimento da atividade turística na região da Madeira, com um aumento de dormidas de mais 16,8% face aos valores de junho de 2019.

Em suma, o turismo tem um papel crucial para a geração de riqueza e emprego no país, e o caso da Madeira é um exemplo a seguir. É fundamental continuar a inovar, perceber quais são as tendências – sobretudo tendo em conta a rapidez com que o digital está a dominar os diferentes setores de atividade – e a procurar dar a melhor resposta às necessidades do mercado. Fazendo este caminho, não tenho dúvidas de que voltaremos a conquistar a posição de país europeu com maior crescimento no setor de turismo e viagens, tal como o fizemos em 2019.