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SIP insta a investigação de assassínio de três jornalistas no México e Honduras

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A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) instou hoje as autoridades do México e das Honduras a investigar com celeridade os assassínios de três jornalistas nos últimos dias e lamentou a falta de eficiência dos sistemas de proteção existentes.

No México, Margarito Martínez, fotojornalista independente de 49 anos que trabalhava para vários órgãos de comunicação social nacionais e internacionais, foi assassinado a tiro a 17 de janeiro, quando saía de casa, na cidade de Tijuana, no estado de Baja Califórnia.

No mesmo país, José Luis Gamboa, diretor do diário digital Inforegio, foi atacado a 10 de janeiro com uma arma branca afiada durante um suposto assalto no porto de Veracruz.

Nas Honduras, Pablo Isabel Hernández Rivera, de 34 anos, ativista e jornalista, foi assassinado pelas costas quando se dirigia para a igreja de San Marcos de Caiquín, no departamento de Lempira, a 09 de janeiro.

Jorge Canahuati, presidente da SIP, sediada em Miami, no Estado norte-americano da Florida, transmitiu num comunicado condolências às famílias e colegas das vítimas destes crimes perpetrados contra profissionais da imprensa.

"Alarma-nos a falta de defesa de que padecem os jornalistas perante a violência. Instamos as autoridades de ambos os países a investigarem com profundidade para impor sanções aos responsáveis materiais e morais destes assassínios e saber se tiveram como móbil a atividade jornalística", declarou Canahuati.

Por seu lado, Carlos Jornet, presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP, condenou "estes novos crimes que refletem a falta de justiça que rodeia a maioria dos assassínios de jornalistas em países onde existem mecanismos de proteção que deveriam ser eficientes para impedir este tipo de crimes".

Jornet reiterou que a SIP vem solicitando aos Governos de ambos os países que revejam os protocolos dos sistemas de proteção, já que "estes parecem ser insuficientes e ineficazes".

Dias antes do assassínio, Martínez temia represálias de grupos criminosos e tinha pedido para aderir ao mecanismo estatal de proteção a jornalistas, depois de um ex-polícia o ter acusado de ser editor de duas páginas da rede social Facebook dedicadas à publicação de crimes.

Sobre o crime que vitimou Gamboa, o governador do Estado mexicano de Veracruz, Cuitláhuac García Jiménez, considerou que poderia estar ligado ao seu trabalho jornalístico: no seu canal da plataforma digital Youtube, Gamboa entrevistava políticos e publicava denúncias locais. O seu cadáver foi identificado pela família a 14 de janeiro.

Nas Honduras, Hernández Rivera trabalhava como diretor e jornalista da rádio comunitária Tenán 94.1FM, "A Voz Indígena Lenca", e tinha denunciado ameaças de que tinha sido alvo.

Era também coordenador de comunidades eclesiais e impulsionador da Universidade Indígena e dos Povos, entre outras atividades.

Canahuati e Jornet reiteraram o apelo urgente da SIP para que "os mecanismos de proteção sejam reforçados para que possam cumprir com eficácia a sua missão de reduzir os ataques contra os jornalistas e garantir a sua segurança".

Estes três assassínios no México e nas Honduras somam-se aos dos repórteres Wilguens Louissaint e Amady John Wesley, perpetrados a 06 de janeiro no Haiti quando cobriam um confronto entre gangues.