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Presidente de São Tomé e Príncipe quer massificar testagem e vacinação no país

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O Presidente de São Tomé e Príncipe defendeu hoje "a aceleração da vacina e de testagem" da população como "condição necessária" para controlar a pandemia, face ao aumento de casos que colocou o país em alto risco de contaminação.

 "Devemos continuar a envidar todos os esforços no reforço da capacidade logística de transporte e armazenamento das vacinas e na massificação dos testes, facilitando assim a expansão do plano de vacinação e o controlo dos internamentos derivados da pandemia", defendeu Carlos Vila Nova, na abertura da reunião de alto nível sobre a covid-19 na Presidência da República.

É a primeira vez que Vila Nova presidiu ao encontro, que contou com a presença do presidente da Assembleia Nacional, do primeiro-ministro, altos dirigentes do país e especialistas do setor da saúde, a quem realçou a necessidade de garantir "testes gratuitos" a toda a população.

"Enquanto autoridades devemos ter presentes que a aceleração da massificação da vacina e de testagem impõe logística que leve a vacina e os testes gratuitos aos sítios mais remotos do país e de difícil acesso de forma a permitir que as vacinas cheguem às populações", alertou o Presidente.

"Os ingredientes (...) mencionados são condição necessária para que possamos controlar internamente a pandemia de forma mais eficiente", precisou Carlos Vila Nova, defendendo "uma efetiva coordenação, comunicação e colaboração entre os diferentes órgãos e instituições" para que o país possa "ter sucesso no controlo da pandemia".

O chefe de Estado referiu também que os "dados comparativos da Organização Mundial da Saúde (OMS) colocam São Tomé e Príncipe como o quarto país pertencente a África com mais casos reportados por 100 mil habitantes nos últimos sete dias".

"Em apenas 11 dias do mês de janeiro, registamos mais novos [casos] acumulados do que quase os últimos quatro meses do ano transato, pelo que será sempre pertinente se conhecer a relação entre testes positivos e o total de testes realizados como indicador de análise e de decisão da realidade epidemiológica", referiu Carlos Vila Nova.

Na terça-feira, São Tomé e Príncipe ultrapassou a barreia dos cinco mil casos de covid-19 acumulados e atingiu "o estado de classificação de muito alto risco em todo o território nacional".

Perante a situação, o chefe de Estado questionou a eficácia de algumas medidas, nomeadamente a aplicação de multa de 5 mil dobras (cerca de 200 euros) para pessoas que realizam batizados, casamentos e festas públicas com número de pessoas além das permitidas pelo Governo.

"Será o custo de 5 mil dobras o suficiente para desincentivar a realização destes festivais e festas públicas? Será que as medidas promulgadas nos decretos leis se traduzem nas exigências em relação à população?", questionou o chefe de Estado, admitindo que "pode ser que o país precise de um sistema mais robusto de monitorização e melhor capacidade de gestão e resposta à crise pandémica".

No final do encontro, o secretário de Estado para a Comunicação Social, Adelino Lucas, enquanto porta-voz do encontro, referiu que se conclui que, "de facto, a situação é crítica" e que é necessário melhorar "em toda a sua plenitude o trabalho que os técnicos da saúde vêm desenvolvendo".

Segundo Adelino Lucas, durante a reunião "ficou claro que em matéria de vacinação há um 'stock' razoável de vacinas" e que o número de pessoas vacinadas "não é tão negativo, mas ainda assim é necessário intensificar" o processo de vacinação no arquipélago.

São Tomé e Príncipe administrou até ao momento 14.7918 doses de vacina - 88.467 pessoas têm a primeira dose, 59.346 têm o esquema vacinal completo e 105 pessoas receberam a terceira dose.

Na última semana o país registou o recorde de cinco mortes associadas à covid-19 e 992 novas infeções pelo novo coronavírus, tendo atingido também o recorde de 319 novos casos num só dia, de acordo com os dados oficiais.

Segundo o boletim diário divulgado hoje pelo Ministério da Saúde há 1.315 pessoas sob vigilância médica e nas últimas 24 horas foram registadas 183 novas infeções pelo SARS-CoV-2, sendo 169 na ilha de São Tomé e 14 na ilha do Príncipe.

A covid-19 provocou 5.503.347 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.